Monthly Archives: fevereiro 2014

Pense no que a Dilma disse em 2001 sobre Alagoas…
   19 de fevereiro de 2014   │     14:41  │  7

Brasília – Em 2001 eu era repórter da Gazeta de Alagoas e participei de um seminário sobre energia alternativa promovido em Salvador pela Petrobras. Uma das palestrantes foi a então secretária de Energia do Rio Grade do Sul, Dilma Rousseff.

No intervalo para o lanche eu me aproximei dela; disse-lhe que era alagoano e repórter da Gazeta, e falei sobre a potencialidade energética alagoana.

– “Alagoas produz dois milhões de metros cúbicos de gás dissociado do petróleo, por dia!” – disse-lhe.

A então secretária Dilma Rousseff olhou para mim e, naquele seu jeito peculiar curto e grosso, respondeu:

– “Se o seu estado produz isso mesmo que você está me dizendo e não tem uma termelétrica, desculpe-me, mas é um estado de otários”.

Eu registrei isso para os anais na coluna Fatos e Notícias, sem saber que a então secretária de Energia do Rio Grande do Sul um dia iria ser a primeira mulher a se eleger presidente da República.

Registrei, mas porque concordava com a então secretária. Eu não entendia e não entendo ate hoje como Alagoas pode alimentar com gás natural Sergipe e a Bahia e nada ganhe em troca; o gás alagoano é levado por duto que atravessa o subsolo do Rio São Francisco e chega a Camaçari.

E pasmem! Depois de beneficiar o gás nosso de cada dia, a Bahia ainda consegue 33 mil litros de gasolina que são tratados como “rebarba”, pois o grosso mesmo é o gás.

Para melhor entender o absurdo ou, para repetir o que disse a hoje presidente Dilma, o quanto Alagoas é um “Estado de otários”, trata-se do mesmo que se possuir a vaca e o leite, mas não poder beneficiá-lo para fazer o queijo, a manteiga e o iogurte.

Não há nada igual no restante do país e, como também não há outra explicação para semelhante descalabro, só posso acreditar que Alagoas paga a maldição de ser o único estado da federação que não foi conquistado nem desmembrado, e sim inventado como premio à subserviência.

Explica-se assim, e somente assim, o fato de Pernambuco está construindo o segundo estaleiro e pleiteando o terceiro, enquanto o estaleiro alagoano não passa de um sonho tão distante quanto pra lá de depois.

A esperança é quando o sergento Garcia prender o Zorro
   17 de fevereiro de 2014   │     18:58  │  0

Brasília – Na história da humanidade, antes e depois de Cristo, não há sociedade, não há país que tenha se desenvolvido, que tenha evoluído, sem antes ter conhecido uma tragédia.

No Brasil, a única tragédia que se conhece se deu em 1950 quando a seleção de futebol perder a copa do mundo.

Este ano, 64 anos depois, a copa do mundo de futebol será realizada no Brasil, mas a chance de a seleção brasileira perder é zero; a seleção brasileira será campeã e não é porque o raio não cai duas vezes no mesmo lugar – cai sim.

É porque a copa do mundo de futebol é uma marmelada.

E sem conhecer tragédias sociais e políticas o Brasil virou este país do “jeitinho brasileiro”; dá-se jeito pra tudo.

Outro dia ouvi perplexo o professor Granjeiro, dono do Gran Curso, um dos maiores cursinho do país, dizer que o Brasil tem mais faculdade de Direito do que o mundo inteiro.

Não é possível – pensei – mas é verdade. Somando-se todas as faculdades de Direito existente no mundo, ainda assim o Brasil tem mais faculdade de Direito do que o mundo inteiro e, no entanto, somos o país das injustiças, da justiça tardia, do crime que compensa, da lei que se burla e etc.

Como explicar tamanho disparate? Só pode estar na Genesis da Independência – que foi a Inglaterra que fez. A Inglaterra fez a Independência e a República, e também fez uma guerra ( Guerra do Paraguai) para o Brasil que inventaram.

O Brasil virou República, mas a sua bandeira mantém a reverência à Monarquia nas cores verde e amarela – que, ao contrário do que nos ensinam no colégio, não representam as nossas matas e o nosso ouro, mas a união imperial com a Áustria que nos deu a princesa Leopoldina.

E assim ficamos nós a espera de uma tragédia além das tragédias diárias que nos infelicitam, mas não resolvem o nosso problema. Entra ano e sai ano; entra governo e sai governo e os problemas só se avolumam.

Todos buscando direitos num país que tem mais Faculdade de Direito do que a somatória do mundo, junto. E a esperança parece estar apenas no dia em que o sargento Garcia prender o Zorro

 

 

 

Quantas bancos serão assaltados nesse ano eleitoral?
   14 de fevereiro de 2014   │     14:18  │  4

Brasília – Encontrei um conterrâneo na Capital Federal e perguntei-lhe como estava a terriha e ele me responde que estava na mesma.

Na mesma situação. De ordinário, muito assalto no ano eleitoral, a policia não dá conta, ninguém vai presos e no final dá tudo certo.

De fato, tem sido assim.

Lembro-me do assalto ao Banco do Brasil em Palmeira dos Índios em 1983, e como haveria de esquecer se se tratou de uma verdadeira “estória de Trancoso” num dia em que se deu uma debandada geral na cidade e, por azar de nós e sorte dos assaltantes, não havia nem  guarda chuva na cidade quanto mais guarda civil ou militar!

Imagine que nesse assalto, a viatura policial que todos os dias estava estacionada em frente à agência  do BB – no dia do assalto, para “sorte” dos assaltantes, não estava lá.

Pense em assaltantes de sorte! Lembro-me até da entrevista de um coronel da PM dizendo que aquela era uma “polícia mirim”.

E a autoridade policial que apareceu vinda do céu, num helicóptero, mesmo informada de que os assaltantes fugiram pela estrada que leva a Quebrangulo  acho que não ouviu direito ou então optou por tomar a direção oposta  e voou  na direção de Canafístula, e por lá se demorou o tempo suficiente para os assaltantes se escafederem.

A autoridade vinda de Maceió, no assalto ao BB de Palmeira dos Índios em 2003, perdeu um tempão procurando chifre na cabeça de cavalo e de nada adiantou informá-la de que cavalo não tem chifre.

E todos foram felizes para sempre…

Mas, quando eu pensava que já tinha visto de tudo em matéria de assalto a banco em ano eleitoral e pós-eleitoral em Alagoas, eis que tem a agência do Banco do Brasil em Boca da Mata – que em ano eleitoral e pós-eleitoral era assaltada praticamente toda semana, até que a presidência do BB ameaçou fechá-la e aí operaram o “grande milagre” e nunca mais a agência foi assaltada.

Graças a God! E graças também a imprensa do Ceará – pasmem – que publicou uma matéria estranhando o número excessivo de assaltos a bancos em Alagoas, e todos impunes.

Que tal apelar para o “santo” que acabou com os assaltos à agência do BB em Boca da Mata? Afinal, “santo” ficou pra isso mesmo; “santo” existe é para fazer milagres e quanto mais difícil foi o milagre, mais o “santo” cresce no conceito. É ou não é?

Eu orientei a esse meu amigo para sugerir que se apele ao “santo” que acabou com os assaltos à agência do BB em Boca da Mata. Quem sabe, esse “santo milagreiro” voltará a operar outro milagre em Alagoas.

Afinal, “santo” que não faz milagre é demitido por justa causa.

Ode à hipocrisia nacional e a morte do jornalista
   13 de fevereiro de 2014   │     15:23  │  4

Brasília – Tem coisa que não dá mesmo para entender e não adianta tentar entender porque é besteira pelejar.

A repercussão da morte do jornalista-cinegrafista no Rio de Janeiro tem muito mais de hipocrisia do que comoção verdadeira.

Daí, muita gente se arrumou e se enfeitou para o sepultamente; uns compram óculos escuros para ocultar as lágrimas que não existem e outros ensaiam o choro,  como quem repassa o texto de uma peça teatral.

A Globo veio? Vixe Maria, preciso de arrumar. A Globo veio!

E tome ensaio para o choro de novela porque o importante é sair bem na fita, e às favas a real discussão sobre o verdadeiro alvo do rojão que ceifou a vida do colega jornalista.

Tal discussão não dá Ibope. Para que discutir que o alvo do rojão que ceifou a vida do jornalista era a polícia?

Pois sim, o alvo do rojão não era o jornalista e sim a polícia – que o jornalista salvou com a cabeça.

Para que discutir isso, se isso não dá Ibope? Para que discutir essa estúpida inversão de valores se tal discussão não dá audiência?

Fala-se de um movimento de mascarados com explicações científicas; mascarados na rua destruindo o patrimônio público e privado não são problema para a polícia, mas para a Sociologia!

Esses mascarados não são bandidos, mas “vítimas do sistema”. Esconder o rosto deixou de ser a atitude dos covardes e dos bandidos para se transformar em atitude dos novos manifestantes.

Os manifestantes do século 21!

Tomara que, passado o momento da comoção legítima e da comoção ilegítima, porquanto falsa, os legítimos caiam na real para entender que ao aceitar passivamente essa camuflagem se conclua que estamos sendo os mentores e as próximas vítimas desse mecanismo de Ode aos covardes.

Que se escondem para exigir direitos que não tem ou se enfeitam para chorar o choro de novela.

Por que o goleiro da seleção brasileira não pode ser negro?
   12 de fevereiro de 2014   │     13:46  │  6

 Brasília – Até a Copa do Mundo de Futebol de 1954 a cor da camisa da seleção brasileira era branca, com detalhe em azul.

Mas, foram buscar na superstição a explicação para a derrota na copa de 1950, que foi realizada aqui, e 54 e sobrou para o terno de camisa – a cor branca “dava azar”, diagnosticou um imbecil e a imbecilidade nacional concordou.

Mudaram, então, a cor da camisa para amarela e a estreia se deu em 1958 na Suécia. Ocorreu que a cor da camisa da seleção sueca também é amarela e na final deu-se o impasse.

Supersticiosos, os brasileiros pediram para jogar de amarelo e os suecos fingiram concordar. Faltando dois dias para o jogo final os suecos avisaram que iam jogar de amarelo e criaram o impasse.

A imbecilidade brasileira já havia descartado a camisa branca e azul, e como iriam entrar em campo? Ainda mais, faltando dois dias para o jogo final?

Foi assim que surgiu a camisa azul, que é o segundo terno de camisa da seleção brasileira até hoje. Dizem que foi o maior corre-corre porque tiveram de cortar o escudo da CBD – na época ainda não era CBF – e vararam a noite pregando-o no novo terno azul.

E o Brasil foi campeão.

Ufa! O azul também dá sorte e ficou como segundo terno.

Para a copa do mundo este ano a imbecilidade nacional já esta discutindo a cor, mas desta vez não é a cor da camisa e sim a cor da epiderme do goleiro. A imbecilidade nacional “descobriu”  que goleiro negro dá azar.

A seleção brasileira só foi campeã com goleiro branco. Gilmar, Felix e Tafarel deram sorte, ao  contrário dos negros Barbosa, Manga,  Dida, que “deram azar”.

Daí, para a copa do mundo este ano três coisas são mais certas que beiço de bode e podem escrever aí para cobrar depois:

1) O goleiro será um branco, “porque negro dá azar”. Se por acaso algum goleiro negro for convocado é para ser reserva.

2) A maioria do time será formada por “estrangeiros”, ou seja, brasileiros que jogam fora do país e só o Fred, do Fluminense,  está garantido como titular. No máximo serão dois “brasileiros” como titulares – mais que dois, impossível!

3) O Brasil será campeão, independente de o Uruguai aceitar  ou não ser vice.