Por que o goleiro da seleção brasileira não pode ser negro?
   12 de fevereiro de 2014   │     13:46  │  6

 Brasília – Até a Copa do Mundo de Futebol de 1954 a cor da camisa da seleção brasileira era branca, com detalhe em azul.

Mas, foram buscar na superstição a explicação para a derrota na copa de 1950, que foi realizada aqui, e 54 e sobrou para o terno de camisa – a cor branca “dava azar”, diagnosticou um imbecil e a imbecilidade nacional concordou.

Mudaram, então, a cor da camisa para amarela e a estreia se deu em 1958 na Suécia. Ocorreu que a cor da camisa da seleção sueca também é amarela e na final deu-se o impasse.

Supersticiosos, os brasileiros pediram para jogar de amarelo e os suecos fingiram concordar. Faltando dois dias para o jogo final os suecos avisaram que iam jogar de amarelo e criaram o impasse.

A imbecilidade brasileira já havia descartado a camisa branca e azul, e como iriam entrar em campo? Ainda mais, faltando dois dias para o jogo final?

Foi assim que surgiu a camisa azul, que é o segundo terno de camisa da seleção brasileira até hoje. Dizem que foi o maior corre-corre porque tiveram de cortar o escudo da CBD – na época ainda não era CBF – e vararam a noite pregando-o no novo terno azul.

E o Brasil foi campeão.

Ufa! O azul também dá sorte e ficou como segundo terno.

Para a copa do mundo este ano a imbecilidade nacional já esta discutindo a cor, mas desta vez não é a cor da camisa e sim a cor da epiderme do goleiro. A imbecilidade nacional “descobriu”  que goleiro negro dá azar.

A seleção brasileira só foi campeã com goleiro branco. Gilmar, Felix e Tafarel deram sorte, ao  contrário dos negros Barbosa, Manga,  Dida, que “deram azar”.

Daí, para a copa do mundo este ano três coisas são mais certas que beiço de bode e podem escrever aí para cobrar depois:

1) O goleiro será um branco, “porque negro dá azar”. Se por acaso algum goleiro negro for convocado é para ser reserva.

2) A maioria do time será formada por “estrangeiros”, ou seja, brasileiros que jogam fora do país e só o Fred, do Fluminense,  está garantido como titular. No máximo serão dois “brasileiros” como titulares – mais que dois, impossível!

3) O Brasil será campeão, independente de o Uruguai aceitar  ou não ser vice.  

COMENTÁRIOS
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  1. Capim de verdade

    Sabe em que lugar está a verdadeira imbecilidade brasileira? – Nos veículos que ainda dão espaço as suas citações medíocres. Mas não há problemas algum…Você vai fechando cada porta até não ter lugar algum mais aqui no Estado para falar tanta asneira.

    1. Roberto Villanova Post author

      Caro Capim: o sábio prova o que diz, o imbecil contesta por ouvir dizer. Grato pela participação e sugiro ler mais. Faz bem, inclusive, à saúde.

    1. Roberto Villanova Post author

      Caro Evandro: grato pela participação. É que querem “sepultar” o fantasma da copa de 50, quando o Brasil perdeu para o Uruguai, no Rio de Janeiro, e para a marmelada ficar completa a final teria de ser Brasil e Uruguai. Tomara que os uruguaios não aceitem abrir o jogo. Grato mais uma vez.

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