Tá lá um corpo estendido no chão. De novo?
   21 de dezembro de 2013   │     11:57  │  1

Brasília – A violência que era urbana no Brasil se alastrou para os quatro cantos e agora está nas cidades e nos campos; ninguém mais pode se sentir seguro.

E cada ação feita pelo poder público tem sido vã; os resultados pífios lembram a música do compositor cubano Silvio Rodrigues – eu mato e me aparece outra maior.

Mira-se uma violência aqui e aparece outra maior lá na frente. Cidadãos têm sido assassinados quando procuravam exercer a cidadania.

Uns foram mortos enquanto pedalavam a bike; outros enquanto falavam ao celular, mas o pior é que tem gente achando tudo isso natural.

Como alguém pode achar a violência natural?

Ah! A gente sai de casa e não sabe se volta – dizem com a maior naturalidade, porque morrer e não voltar para a casa tem sido natural para alguns.

Ao mesmo tempo, o poder público tropeça nos equívocos das ações adotadas para combater a violência.

O equivoco mais recente do poder público foi a criação da Força Nacional. Mais do que equívoco, o governo dividiu a polícia militar.

São duas polícias militares.

Em Brasília, o comandante da PM impediu a Força Nacional de atuar no Distrito Federal; a Força Nacional só atua nas cidades goianas na divisa com Brasília.

Em Alagoas, os policiais militares se sentem rebaixados diante do soldo que os colegas da Força Nacional recebem para fazer o mesmo trabalho policial ostensivo.

Os que tiveram sorte, iguais aos 265 soldados da PM alagoana que estão servindo pelo país afora, agradecem; os que não tiveram essa sorte vivem amargurados.

Além de dividir a PM, essa ação do governo para combater a violência instituiu dois soldos na corporação – uma polícia militar estadual e outra polícia militar federal.

Dizem que a Força Nacional é uma prevenção do governo para a hipótese de as policiais estaduais serem desmilitarizadas, como se propõe. Ou seja: o governo não abre mão de uma polícia militar, que poderá ser deslocada, como ocorre com a Força Nacional, a qualquer momento.

Seja como for, o importante não foi ainda atingido; a violência que era urbana se expandiu para a zona rural e, igual à música do compositor cubano Silvio Rodrigues, a sociedade vive sonhando com serpentes.

E mata uma, e aparece outra maior. 

COMENTÁRIOS
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  1. Vânia

    Foi criado uma policia dentro das policias Estaduais com o nome de força nacional,onde é composta de policiais Civis,Peritos e Militares, de toda parte do Brasil,com uma ajuda de custo que são diárias federais.Quero acreditar que essa criação é totalmente inconstitucional, e que contribuiu ainda mais para a falências das polícias locais,por conta de governadores oportunistas que ficam por décadas sem fazerem concursos.Acredito que é com a intenção de transferir o problema da segurança,para o governo federal.Pois a todo momento tem a força nacional e sem precisar gastar um centavo.Eu não entendo,como um país como o Brasil precisa de tantas policias.Só precisava de uma ou duas, mais que fosse muito eficiente.Aqui em Alagoas Tem mais força nacional do que polícia, e ninguém ver a violência recuar.

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