Brasília – Maceió é uma invenção dos ingleses, que optaram por ficar em torno da enseada de Jaraguá – embora a capital fosse Santa Maria Madalena, hoje Marechal Deodoro.

O motivo da escolha não se sabe direito; uns historiadores sustentam que os ingleses acharam a capital vulnerável e outros argumentam que os ingleses queriam ficar perto do mar e não da lagoa.

Os ingleses eram representantes comerciais, no começo, interessados no algodão que os Estados Unidos precisavam durante a Guerra de Secessão – que dizimou a lavoura algodoeira.

Conta-se que a burguesia de Palmeira dos Índios, que era o principal exportador de algodão naquele período, se formou como beneficiária da Guerra de Secessão.

E além do algodão tinha o açúcar, o couro e o tabaco.

Também por influência dos ingleses surgiu a indústria têxtil. Só em Maceió, até meados da década de 1970, existiam três fábricas de tecidos – uma delas fundada pelo pai do Zagalo, que é descendente de inglês.

A Fábrica Alexandria, fundada pela família Zagalo, é onde hoje funciona a Secretaria Municipal de Educação e o ginásio.

Os nativos passaram a imitar os ingleses, o que era natural. Os nativos, principalmente os que possuíam recursos, copiavam os ingleses.

Até meados da década de 1970 existia no comércio de Maceió uma loja chamada Paris, que pertencia aos irmãos portugueses Mário e Ferreira, e que ainda mantinha a jarda como medida.

E até o final da década de 1960 existiam dois Correios em Maceió; um federal e outro dos ingleses. Chama-se Western e funcionava em frente à Praça Pedro II.

Mas a mudança da Capital foi traumática; houve reação liderada pelo pai do marechal Deodoro e somente depois de ele ser derrotado e preso, é que se fez a mudança.

Maceió tem uma beleza selvagem, mesmo já cercada por edifícios e concreto. E está numa posição estratégica; na II Guerra Mundial os Estados Unidos montaram um quartel no Vergel do Lago e compraram uma fazenda em Viçosa para produzir alimentos para os aliados que estavam lutando na África.

O alimento ( feijão, milho, etc) era embarcado para a África em hidroaviões que aterrissavam na Lagoa Mundaú.

Não há outra Capital banhada pelo Oceano com topografia similar a Maceió.

Infelizmente, não há Capital mais maltratada.

Depois dos prefeitos João Sampaio, Dilton Simões e Fernando Collor, que promoveram a expansão urbana, nada mais se fez além de arremedos para desafogar o trânsito cada vez mais caótico.

O Collor quando prefeito iniciou o dique-estrada, cujo projeto era para chegar até Fernão Velho, mas não deram sequência.

O Collor também fez a Avenida Assis Chateaubriand e a ligação Jatiúca-Cruz das Almas, que também deveria se ligar pelo litoral até Paripueira.

Mas, apesar de tudo, Maceió virou o xodó do turismo nacional e internacional.

Em 2011 eu vinha de carro de Porto Alegre para Curitiba, com o amigo gaúcho Carlos, que é cunhado do nosso colega jornalista Lawrence Lima, e ao passar pelo município de Sombrio, em Santa Catarina, nós sintonizamos a Rádio Sombrio FM – que estava com uma promoção para o Dia dos Pais, que dizia assim:

– Seu pai merece o melhor. Dê a ele uma semana em Buenos Aires ou Maceió.

E, esta semana, eu soube que as seleções de futebol de Portugal e da Holanda escolheram Maceió para treinar durante a Copa do Mundo. E soube também que Maceió seria sede da Copa do Mundo se o governo tivesse demonstrado interesse.

Como não demonstrou, então escolheram Natal.

De qualquer forma, parabéns Maceió!

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