Monthly Archives: dezembro 2013

No Ano Novo, problemas de 1900 e antigamente em Alagoas
   31 de dezembro de 2013   │     12:04  │  4

O ano terminou, mas os problemas de 2013 não; aliás, se for olhar muito para trás descobriremos que são problemas antigos – que ninguém até hoje conseguiu dar jeito.

Assim tem sido Alagoas, onde a generosidade da natureza que nos premiou com tanta beleza não tem sido igual ao amor dedicado à terra natal.

Há problemas na educação, na saúde e na segurança, e qualquer  que seja a solução ela passa necessariamente pelo desenvolvimento econômico.

É preciso gerar empregos e para gerar empregos é preciso uma política consistente e, sobretudo, o compromisso de que os projetos não sofrerão solução de continuidade.

Chega a ser humilhante comparar o quadro de Alagoas com Sergipe, nessa questão de expansão industrial.

Nos últimos 20 anos Sergipe e o Piauí  deram um salto quantitativo e qualitativo na sua economia, que empurrou Alagoas para o último lugar.

No Piauí deve-se muito aos gaúchos, que migraram para o cerrado; em Sergipe deve-se muito ao compromisso político.

Lembro-me do episódio da urbanização da Praia da Atalaia. O governador era o João Alves e o prefeito o saudoso Marcelo Déda, adversários e os extremos da política sergipana – um oriundo do PFL e o outro ativista e sindicalista do PT.

Pois bem; em 2005, eu tive a oportunidade de viajar para Sergipe na companhia do empresário Luiz Carlos Barreto e lá fomos recebidos pelo governador João Alves.

Eu perguntei ao governador como ele tinha conseguido resolver o impasse para a obra da urbanização da Praia de Atalaia, com o prefeito sendo do PT.

E o governador João Alves respondeu:

– “Eu chamei o Marcelo Déda e falei: Marcelo, a gente não pode prejudicar a população só porque nós somos adversários. Vamos fazer o seguinte: você está com problema para retirar aquele pessoal que se instalou em barracas. São ocupações irregulares. Você precisa retirar trinta deles, não é? Pois vamos fazer o seguinte: eu pago 2 mil e 500 reais de indenização para quem quiser sair espontaneamente. O Estado vai pagar e vamos anunciar isto. Pronto! A gente queria retirar 30 invasores e quando eu disse que ia pagar 2 mil e 500 reais apareceram mais de 40 e nós resolvemos o problema”.

Eu também perguntei ao então governador João Alves por que na barragem de Xingó, do lado de Sergipe, tem uma saída d´agua com 1 metros de diâmetro, para irrigação, e do lado de Alagoas não tem?

E ele me respondeu:

– “Essa saída d´agua é para o nosso Projeto Califórnia. Na época eu sugeri ao governador  ( de Alagoas ) fazer o mesmo e ele ( o governador  de Alagoas ) disse que não tinha interesse não”.

Por aí dá para entender porque Sergipe atingiu o estágio que atingiu – imaginem uma fábrica da Lorenzetti em Laranjeiras produzindo eletrodomésticos, ou a fábrica do conhecidíssimo “Leite de Rosas” em Rosário do Catete.

Agora vejam o resultado de quando os políticos agem com honestidade: o João Alves hoje é prefeito de Aracaju e o Marcelo Déda faleceu precocemente no exercício do governo do Estado.

E deixou o exemplo de que dá sim para se fazer política com o “P”maiúsculo. O próximo governador vai receber um Estado com problemas de 2013, que  vieram de 2012, que vieram de 1900 e antigamente…

PS – A todos que me honram com a leitura e os comentários, um FELIZ 2014! A todos que, involuntariamente magoei, o pedido de perdão e o desejo sincero de um FELIZ 2014. Enfim, a todos os companheiros da Gazetaweb, da Organização Arnon de Mello, aos leitores e anunciantes, um FELIZ 2014!

Brasil campeão, Dilma reeleita e feliz 2018!
   28 de dezembro de 2013   │     11:25  │  5

Copa do Mundo de Futebol e eleição marcam o Ano Novo; a seleção brasileira será campeã, sem dúvida, e a presidente Dilma se reelegerá sem problema.

Essa é a leitura que se faz hoje, sem nenhum exercício de futurologia, porque segue a lei natural das coisas: o Brasil não vai gastar tanto para promover uma Copa do Mundo e perdê-la novamente.

E a presidente Dilma não vai nadar, nadar e morrer no seco com uma oposição mais perdida que cachorro em mudança do dono.

Exceto se algo de gravíssimo ocorrer nem uma previsão, nem outra se confirmará. No caso da seleção brasileira, ainda que a final seja contra o Uruguai, não há mais no alguém como Gighia ou Obdúlio Varela para nos fazer calar.

O melhor é que algo de me diz que a final será contra o Uruguai…

E a reeleição da presidente Dilma, quem ameaça? Qual o adversário?

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, está perdendo o tempo tentando apagar o fogo atiçado pelas declarações da Marina Silva contra o agronegócio.

Particularmente, eu não acredito na Marina; eu não vou ser enganado nem me deixar enganar pela Marina – ela que engane a outros.

Mas, os empresários do agronegócio se afastaram do Eduardo Campos como o Diabo se afasta da cruz.

No PSDB, que em tese é o principal adversário e o cabeça da oposição à Dilma, o processo de canibalismo ao qual se submetem o José Serra e o Aécio Neves vai desgastando o partido.

E, sendo assim, fica-se a pensar que o grande adversário da Dilma é o Lula – que já disse que não é candidato.

E tudo caminhando como parece caminhar até lá, o PT vai completar 16 anos no poder com a chance de mais 8 anos se o Lula estiver inteiro, como está hoje, em 2018.

Força Nacional e agora o Exército nas ruas
   26 de dezembro de 2013   │     13:07  │  10

O modelo falido de segurança pública no Brasil levou a situações esdrúxulas; no Rio de Janeiro as UPP ( Unidade de Polícia Pacificadora ) se transformaram em mini-quartéis, que serão tantos quanto for o número de favelas cariocas – que se calcula em mais de 150.

Pacificar sob a mira de uma arma não é bom, porque a “pacificação” se torna frágil. A pacificação duradoura só vem através da conscientização das pessoas.

Mas, até aqui, as UPPs são as únicas ações oficiais para a segurança pública que vem dando certo. Mas são caras; imaginem que em outros Estados não há condições de se manter sequer um posto policial, quanto mais um mini-quartel.

Não dá, pois, para ser estendida ao resto do país, exceto com o apoio financeiro da União. O modelo das UPPs é caro.

Ao mesmo tempo em que se vê o modelo falido, se vê também a insatisfação dos policiais. E muito se tem contribuído para essa insatisfação, cada vez mais à vista e causando reboliços internos na corporação.

O caso específico de Alagoas chega a ser cruel, porque não se discute a solução do impasse e sim os arremedos para superá-lo. A convocação do Exército para o policiamento de rua não vai resolver o problema.

E o mais grave de tudo é que a sociedade alagoana para entender que tanto faz como tanto fez, ou seja, os números da violência não mudam esteja ou não a polícia nas ruas.

Primeiro se convocou a Força Nacional e agora o Exército. Mas ainda não se convocou para uma discussão séria que leve à solução do problema.

Os policiais que não estão na Força Nacional e por isso recebem o soldo menor dificilmente se conformarão com a discriminação. E esse é o grande impasse a ser superado, ainda que haja quem acredite que o Exército vai resolver o problema.

E vocês? Acreditam que o Exército nas ruas vai resolver o problema da violência em Alagoas?

Para onde vai o governador Téo Vilela?
   23 de dezembro de 2013   │     11:30  │  14

O ano está terminando, o mês de março se aproximando, e ninguém sabe ainda para onde vai o governador Téo Vilela.

Uns dizem que ele não vai ser candidato ao Senado;  outros que ele é candidato, até porque é a locomotiva do PSDB no Estado – os demais candidatos tucanos são vagões desengatados.

Em Brasília fala-se muito que o governador Téo vai para o Tribunal de Contas da União, na vaga do ministro Valmir Campelo – que foi senador e chegou ao TCU na vaga do Senado.

Afinal, para onde vai o governador?

Tá lá um corpo estendido no chão. De novo?
   21 de dezembro de 2013   │     11:57  │  1

Brasília – A violência que era urbana no Brasil se alastrou para os quatro cantos e agora está nas cidades e nos campos; ninguém mais pode se sentir seguro.

E cada ação feita pelo poder público tem sido vã; os resultados pífios lembram a música do compositor cubano Silvio Rodrigues – eu mato e me aparece outra maior.

Mira-se uma violência aqui e aparece outra maior lá na frente. Cidadãos têm sido assassinados quando procuravam exercer a cidadania.

Uns foram mortos enquanto pedalavam a bike; outros enquanto falavam ao celular, mas o pior é que tem gente achando tudo isso natural.

Como alguém pode achar a violência natural?

Ah! A gente sai de casa e não sabe se volta – dizem com a maior naturalidade, porque morrer e não voltar para a casa tem sido natural para alguns.

Ao mesmo tempo, o poder público tropeça nos equívocos das ações adotadas para combater a violência.

O equivoco mais recente do poder público foi a criação da Força Nacional. Mais do que equívoco, o governo dividiu a polícia militar.

São duas polícias militares.

Em Brasília, o comandante da PM impediu a Força Nacional de atuar no Distrito Federal; a Força Nacional só atua nas cidades goianas na divisa com Brasília.

Em Alagoas, os policiais militares se sentem rebaixados diante do soldo que os colegas da Força Nacional recebem para fazer o mesmo trabalho policial ostensivo.

Os que tiveram sorte, iguais aos 265 soldados da PM alagoana que estão servindo pelo país afora, agradecem; os que não tiveram essa sorte vivem amargurados.

Além de dividir a PM, essa ação do governo para combater a violência instituiu dois soldos na corporação – uma polícia militar estadual e outra polícia militar federal.

Dizem que a Força Nacional é uma prevenção do governo para a hipótese de as policiais estaduais serem desmilitarizadas, como se propõe. Ou seja: o governo não abre mão de uma polícia militar, que poderá ser deslocada, como ocorre com a Força Nacional, a qualquer momento.

Seja como for, o importante não foi ainda atingido; a violência que era urbana se expandiu para a zona rural e, igual à música do compositor cubano Silvio Rodrigues, a sociedade vive sonhando com serpentes.

E mata uma, e aparece outra maior.