Você troca a Praça dos 3 Poderes pela Praça dos Martírios?
   7 de novembro de 2013   │     10:14  │  1

Brasília – Por duas vezes a presidente Dilma sugeriu ao senador Renan Calheiros disputar o governo de Alagoas, mas já é fato que ela hoje não tornaria a sugerir. E o motivo é óbvio: Dilma precisa de Renan em Brasília.

Nas duas vezes em que a presidente sugeriu que Renan disputasse o governo do Estado, ela se movia pela injeção da facção do PT que tramava contra a eleição de Renan para a presidência do Senado.

Essa facção do PT chegou a firmar um acordo com o PMDB, na Câmara, para se alternarem na presidência da Casa achando que poderia fazer o mesmo no Senado. Não deu certo, o próprio senador Renan ao mesmo tempo em que apoiava o acordo, lembrava que não se estendia ao Senado.

E não se estendeu. Na presidência da Câmara o PT foi substituído pelo PMDB, mas na presidência do Senado o comando se manteve com o PMDB – que elegeu Renan com uma votação acima do que ele mesmo havia estimado.

Aliás, no processo de definição da candidatura de Renan à presidência do Senado, foi que a presidente Dilma sentiu que não mais deveria se mover pela injeção dessa facção do PT anti-Renan.

Dilma tinha acabado de jogar a última cartada na tentativa de evitar que Renan chegasse à presidência do Senado, quando propôs ao senador licenciado e ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que voltasse ao Senado e se candidatasse a presidente com o apoio dela.

A resposta que Dilma ouviu de Lobão fê-la entender que Renan era mesmo o cara no processo. Lobão respondeu à Dilma:

– “Eu volto para o Senado, Dilma. Mas para votar no Renan pra presidente”.

Com a habilidade que o coloca como um dos 15 homens mais influentes da política brasileira, Renan desmontou o “grupo dos 8”, do qual ninguém falou mais; todos esqueceram.

O “grupo dos 8” era os oito senadores do PMDB que se apresentaram como “independentes” e desses restam hoje apenas dois: Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos.

E ainda assim, Simon e Jarbas não agem por convicção e sim por necessidade. O caso do Jarbas Vasconcelos é mais grave porque ele não deve se reeleger e não tem outro caminho a seguir na tentativa de salvar o mandato.

E tem ainda o fato do irmão do Renan tê-lo derrotado na disputa pela Prefeitura de Olinda.

Se contra fatos não há argumentos, a presidente Dilma chegou à conclusão de que o melhor para ela é que o senador Renan fique na Praça dos 3 Poderes porque a outra praça, lá em Alagoas, é dos Martírios.

Literalmente.

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