Brasília – O que está se passando com Alagoas? Com todos os alagoanos – eu disse todos – que encontro aqui a ladainha é uma só: a violência está demais!
A violência não é um produto exclusivo de Alagoas, mas pelo tamanho do Estado e especialmente da Capital, não dá para entender esses índices altíssimos.
O que é que está errado?
A Secretaria de Defesa Social tem à frente um oficial da PM íntegro e preparado; Alagoas conta com a Força Nacional para reforçar as polícias locais e, ainda assim, “a violência está demais”.
Praticamente não há mais ninguém em Maceió que não tenha sido vítima da violência, seja diretamente ou através de parentes.
Parece-me ser necessário refletir sobre o que é primordial no combate a violência em Alagoas: a repressão ou a inteligência?
Mas qual Serviço de Inteligência? Da Polícia Militar ou da Civil?
O que se sabe é que é imperioso atuar na chamada parte alta, especialmente nas áreas do Feitosa e Barro Duro, onde parece estar a base da quadrilha. A base, o “galpão intransponível” e os chefões.
Rouba-se um carro na Ponta Verde, por exemplo, e ao chegar ao Feitosa ou no Barro Duro o carro e os ladrões desaparecem como por encanto!
São abduzidos!
Onde estão enfiando esses carros? Será que estão no “galpão intransponível” e “inabordável”?
Até agora não se sabe onde, mas não há dúvida de que se trata de uma verdadeira caverna do Batma.
Essa violência em Alagoas e, especialmente, em Maceió, não é assim nada decorrente nem justificável do ponto da Sociologia; antes, tem todas as características de estar sendo patrocinada pelos filhotes da raposa que continua sendo encarregada de apurar o roubo no galinheiro. Pense!
Infelizmente, na falta de explicação plausível esta é a versão consistente. Porque, sinceramente, não dá para entender tanta violência num Estado que tem apenas 27 mil quilômetros quadrados e é o penúltimo menor da nação!
E agora, se prepararem para responder a essas perguntas:
– Qual o único Estado brasileiro onde a polícia ( civil e militar) sofreu intervenção?
Resposta: ALAGOAS.
– Qual o único Estado brasileiro onde policiais bandidos, assaltantes de bancos, ladrões de cargas e de carros, sequestradores e homicidas se mataram entre eles e ninguém apurou nada?
Resposta: ALAGOAS.
– Qual o único Estado brasileiro onde delegado foi preso e voltou a ser delegado?
Resposta: ALAGOAS.
– Qual o único Estado brasileiro onde a Assembleia Legislativa desvia 370 milhões de reais impunemente?
Resposta: ALAGOAS.
– Qual o único Estado brasileiro que rejeitou um hospital ( Hospital Geral ) projetado e equipado pelo gênio Adib Jatene?
Resposta: ALAGOAS?
– Qual o Estado brasileiro que inventou a “gangue do maçarico” para roubar caixas eletrônicos dos bancos?
Resposta: Alagoas
– Qual o Estado brasileiro onde assaltante de banco é preso liso, sequer com as borrachinhas para prender dinheiro?
Resposta: ALAGOAS.
– Qual o Estado brasileiro onde o crime compensa?
Resposta: ALAGOAS.
Então, conterrâneos, nós não temos autoridade moral para falar sobre violência. Nós somos imbecis, otários, pilantras, inocentes, idiotas, acomodados e coniventes, ou então, Graciliano Ramos tinha razão: joguem uma bomba atômica na foz do Rio São Francisco e destruam Alagoas.
A não ser que, a partir da manhã, surjam outras espécies de alagoanos que passem a exigir – exigir não; determinar, que o Executivo execute, que o Legislativo legisle e que o Judiciário faça justiça rápida.