Monthly Archives: novembro 2013

Quem é que banca a violência em Alagoas?
   30 de novembro de 2013   │     0:05  │  15

Brasília –  O que está se passando com Alagoas? Com todos os alagoanos – eu disse todos – que encontro aqui a ladainha é uma só: a violência está demais!

A violência não é um produto exclusivo de Alagoas, mas pelo tamanho do Estado e especialmente da Capital, não dá para entender esses índices altíssimos.

O que é que está errado?

A Secretaria de Defesa Social tem à frente um oficial da PM íntegro e preparado; Alagoas conta com a Força Nacional para reforçar as polícias locais e, ainda assim, “a violência está demais”.

Praticamente não há mais ninguém em Maceió que não tenha sido vítima da violência, seja diretamente ou através de parentes.

Parece-me ser necessário refletir sobre o que é primordial no combate a violência em Alagoas: a repressão ou a inteligência?

Mas qual Serviço de Inteligência? Da Polícia Militar ou da Civil?

O que se sabe é que é imperioso atuar na chamada parte alta, especialmente nas áreas do Feitosa e Barro Duro, onde parece estar a base da quadrilha. A base, o “galpão intransponível” e os chefões.

Rouba-se um carro na Ponta Verde, por exemplo, e ao chegar ao Feitosa ou no Barro Duro o carro e os ladrões desaparecem como por encanto!

São abduzidos!

Onde estão enfiando esses carros? Será que estão no “galpão intransponível” e “inabordável”?

Até agora não se sabe onde, mas não há dúvida de que se trata de uma verdadeira caverna do Batma.

Essa violência em Alagoas e, especialmente, em Maceió, não é assim nada decorrente nem justificável do ponto da Sociologia; antes, tem todas as características de estar sendo patrocinada pelos filhotes da raposa que continua sendo encarregada de apurar o roubo no galinheiro. Pense!

Infelizmente, na falta de explicação plausível esta é a versão consistente. Porque, sinceramente, não dá para entender tanta violência num Estado que tem apenas 27 mil quilômetros quadrados e é o penúltimo menor da nação!

E agora, se prepararem para responder a essas perguntas:

Qual o único Estado brasileiro onde a polícia ( civil e militar) sofreu intervenção?

Resposta: ALAGOAS.

Qual o único Estado brasileiro onde policiais bandidos, assaltantes de bancos, ladrões de cargas e de carros, sequestradores e homicidas se mataram entre eles e ninguém apurou nada?

Resposta: ALAGOAS.

Qual o único Estado brasileiro onde delegado foi preso e voltou a ser delegado?

Resposta: ALAGOAS.

Qual o único Estado brasileiro onde a Assembleia Legislativa desvia 370 milhões de reais impunemente?

Resposta: ALAGOAS.

Qual o único Estado brasileiro que rejeitou um hospital ( Hospital Geral ) projetado e equipado pelo gênio Adib Jatene?

Resposta: ALAGOAS?

Qual o Estado brasileiro que inventou a “gangue do maçarico” para roubar caixas eletrônicos dos bancos?

Resposta: Alagoas

Qual o Estado brasileiro onde assaltante de banco é preso liso, sequer com as borrachinhas para prender dinheiro?

Resposta: ALAGOAS.

Qual o Estado brasileiro onde o crime compensa?

Resposta: ALAGOAS.

Então, conterrâneos, nós não temos autoridade moral para falar sobre violência. Nós somos imbecis, otários, pilantras, inocentes, idiotas, acomodados e coniventes, ou então, Graciliano Ramos tinha razão: joguem uma bomba atômica na foz do Rio São Francisco e destruam Alagoas.

A não ser que, a partir da manhã, surjam outras espécies de alagoanos que passem a exigir – exigir não; determinar, que o Executivo execute, que o Legislativo legisle e que o Judiciário faça justiça rápida.

Zé Dirceu quer trabalhar e pede pressa ao Supremo
   29 de novembro de 2013   │     10:38  │  0

Brasília – O ex-ministro José Dirceu pediu pressa ao Supremo Tribunal Federal no julgamento do pedido dele, para trabalhar no Saint Peter Hotel como administrador com salário de ministro.

Mas o Conselho de Administração entrou com denuncia contra Dirceu, por exercício ilegal da profissão; Dirceu é advogado, não é formado em Administração.

É só balela do Conselho; nada impede o Dirceu de ser contratado com o salário de 20 mil reais para exercer um cargo administrativo.

É preciso entender que o hotel é privado e os donos contratam quem quiser pagando o que quiserem.

O problema é que o Supremo não tem pressa. E, tudo indica, quem vai decidir é o ministro Ricardo Levandowisk.

Como assim, o ministro Levandowisk?

É que o prazo para o Supremo decidir é de 40 dias e vai terminar em pleno recesso do final do ano. No período de recesso, o presidente e o vice do Supremo se revezam nos plantões.

Ah…

Dirceu, Genoíno e Delúbio apostam na benevolência do ministro Levandowisk. Uma coisa é certa: o relacionamento será menos tenso do que com o ministro Joaquim Barbosa.

O que é uma instituição nacional com sede no Rio de Janeiro?
   28 de novembro de 2013   │     14:15  │  1

Brasília – De todos os esportes com bola não há outro igual ao futebol, porque o futebol reuniu duas “necessidades” humanas: a continuidade, ainda que de forma civilizada, do espetáculo nas arenas do Império Romano e o júbilo dos generais no triunfo das batalhas.

Não por acaso, no futebol tem o artilheiro, tiro de meta, tiro livre, o atacante, o ponteiro, o lateral, a linha de frente, a linha de defesa e o pênalti – que é a reprodução civilizada do paredão de fuzilamento.

E tudo isto sujeito a tática. A tática de uma guerra com uma bola semelhante à bala de canhão, só que de couro no lugar do ferro. Na guerra se mata o adversário; no futebol se ultrapassa com o drible para “fuzilar” ou “disparar um petardo” contra um “sentinela” solitário – que é o único que pode pegar a bola com as mãos.

E, ainda assim, no limite da sua guarita. Digo: grande área.

Tem outra peculiaridade no futebol, que lhe é exclusiva: o talento. Assim como não se ensina um guerreiro, e sim se treina, no futebol não se ensina a jogar. O guerreiro e o jogador de futebol já nascem guerreiro e jogador de futebol.

Daí, onde só o talento predomina o tamanho não é documento. E tanto é assim que os escravagistas não admitiam o negro no futebol porque eles “poderiam” exibir talento e, dessa forma sutil, provar em campo que somos todos iguais.

Coube ao Vasco da Gama quebrar o tabu e contratar o primeiro negro para jogar no seu time.

Esse fascínio pelo futebol se alastrou. Na minha geração da década de 1960 o futebol só existia na América Latina e na Europa; hoje, se expandiu por todos os Continentes e, chegando ao Islamismo, juntou-se à crença católica romana, ortodoxa, anglicana, protestante e umbandista.

E dentro dessa instituição internacional que é o futebol surgiram os apêndices, que são os clubes, que se tornaram instituições nacionais do futebol. O Flamengo é uma dessas instituições; o Flamengo não é simplesmente um clube de futebol.

O Flamengo é uma instituição de futebol com sede no Rio de Janeiro – essa definição é minha e eu uso para aplacar a ira dos adversários.

E, pelo que se costuma chamar de feliz coincidência, há entre o Flamengo e Alagoas uma relação histórica muito forte na minha cabeça. Eu nasci em 1951 quando o Flamengo foi campeão carioca, em 52 eu completei 1 ano e o Flamengo foi bi-campeão, em 53, com 2 anos de idade o Flamengo foi tri-campeão.

Mais ou menos com 6 anos de idade, meu pai apontou-me o quadro do Flamengo tri-campeão carioca ( 51, 52, 53 ) pendurado na parede e ditou para mim a formação que eu tenho ainda hoje em mente.

Anibal, Pavão e Tomires; Dequinha, Jadir e Jordan. Joel, Paulinho, Evaristo, Dida e Zagalo.

E meu pai, duas vezes orgulhoso, apontava para o Tomires e dizia-me:

– “Esse é nosso vizinho”.

O Tomires morava no bairro do Bom Parto, mas o orgulho não era apenas esse; além dele, tinham mais dois alagoanos: o Dida e o Zagalo.

O Dida saiu do CSA direto para o Flamengo; o Zagalo saiu de Maceió aos 6 anos de idade e se iniciou no Rio de Janeiro, mas o pai dele foi quem construiu a fábrica de tecidos que deu origem ao bairro do Bom Parto.

Essa é a minha homenagem a todos os flamenguistas!

Senador propõe a criação da polícia municipal
   27 de novembro de 2013   │     13:02  │  6

Brasília – O Senado está discutindo a nova polícia que deve substituir a polícia atual, ou mais precisamente, o modelo policial brasileiro que faliu faz tempo.

Mas, a julgar pela discussão e as propostas, a sociedade não deve esperar coisa boa não.

Ouvidos em sessões especiais, policiais militares, civis, bombeiros militares e agentes federais apontaram para uma saída comum: a falta de estrutura e a baixa remuneração.

Mas não é só por isso não; a polícia civil e militar de Brasília, custeadas pela União, são as mais bem pagas da América Latina e nem por isso a sociedade brasiliense vive tranquila.

De 1º de janeiro até o mês de outubro passado foram registrados 600 homicídios, e isto no entorno do Plano Piloto, ou seja, não estão computados os municípios em Valparaízo, por exemplo, pois pertence a Goiás.

São dois homicídios por dia!

Também é a mais bem aparelhada. São oito helicópteros contando-se com o Corpo de Bombeiros e mais de 1, 2 mil viaturas; o policial militar em Brasília saia às ruas com óculos adaptado com uma câmara infravermelha e pistolas automáticas.

Mesmo assim, a violência em Brasília assusta.

Portanto, a questão não é apenas de estrutura e remuneração. Claro que se deve melhorar esses dois itens, mas apenas isso não vai resolver o problema.

Vejamos que, além de ser o melhor remunerado da América Latina, o policial de Brasília ainda tem direito a uma gratificação de 500 reais por revólver apreendido; 700 reais por pistola e 1 mil e 200 reais por fuzil apreendido.

Imaginem que a gratificação para ao policial em Brasília por fuzil apreendido equivale ao soldo e ao vencimento de muitos policiais civis e militares pelo país afora.

O que um e outro ganham por mês, o policial brasiliense pode ganhar por dia. E mesmo assim, a violência em Brasília continua assustando.

Tem outras propostas, como desmilitarizar a PM, o que também não resolve o problema. Até agora, a proposta mais sensata foi apresentada pelo senador Lindeberg Farias (PT-RJ).

Lindeberg propôs que as policias deixem de ser estaduais e passem a ser municipais. O Estado manteria uma força pública, mas a segurança pública seria atribuição dos municípios, no que Lindeberg está correto.

É preciso entender que o Estado é uma ideia abstrata; ninguém mora no Estado e sim no município – logo, a responsabilidade pela segurança pública deve ser do prefeito.

A ideia do senador Lindeberg é boa e é a única até agora onde se pode vislumbrar algo de concreto no combate à violência. Mas dificilmente será aplicada porque implicaria numa reformulação de todo o conceito de segurança pública – que faliu, mas ainda faz a festa de muita gente.

Laudo médico frustra Genoíno, que pode voltar à Papuda
   26 de novembro de 2013   │     17:37  │  3

Brasília – O laudo assinado pelos cinco médicos da Universidade de Brasília (UnB) frustrou o deputado federal José Genoíno e o PT. O laudo não foi favorável.

Requerido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, o laudo médico reconhece que Genoíno sofre de cardiopatia, mas nada grave capaz de justificar o tratamento em casa.

Ou seja: se o ministro Joaquim Barbosa levar em conta o laudo médico, o Genoíno não terá direito à prisão domiciliar.

Mas não é só isso; o pedido de aposentadoria por invalidez, protocolado na Câmara em setembro, também não deve ser acatado.

Genoíno alegou que sofria de doença grave do coração e pediu a aposentadoria por invalidez. É a tentativa de se manter com uma renda, caso seja cassado.

Caso consiga se aposentar, o rendimento mensal seria de 26 mil reais brutos.

Para o ex-ministro José Dirceu, o San Peter assinou a Carteira Profissional dele com o salário de 20 mil reais mensais para exercer a função de gerente-administrativo.

O San Peter é um hotel que pertenceu ao deputado federal falecido, Sérgio Naia, mas não é certo que o ministro Joaquim Barbosa aceitará a contratação de Dirceu assim de afogadilho.