O senador Renan Calheiros e o ministro Guido Mantega se trancaram no gabinete do presidente do Senado, antes da discussão do “pacto federativo”, pelo qual vai se poder finalmente remover o indexador perverso da dívida dos estados e saíram da reunião satisfeitos.
A notícia de que o IGP-DI será substituído já foi um alivio; qualquer que seja o substituto será infinitamente melhor que o IGP-DI.
Renan disse isto ao ministro Mantega e já havia dito antes a própria presidente Dilma, quando defendeu a utilização do IPCA para corrigir a dívida dos estados. Na ocasião, Dilma aquiesceu quanto à substituição do indexador e propôs a taxa Selic – que também é melhor que o IGP-DI.
Com a troca, Alagoas e o município de São Paulo são os dois maiores beneficiados porque tem sido até agora os mais penalizados com a carga cobrada. Só para se ter ideia, Alagoas pagava além da correção do IGP-DI, o juro de 9% enquanto o Estado de São Paulo pagava juro de 7%.
A sangria mensal entre Alagoas e o município de São Paulo era quase igual; em Alagoas são quase 50 milhões de reais descontados para pagamento da dívida e, no município de São Paulo, 52 milhões de reais.
Com a mudança do indexador, seja para o IPCA ou a Selic, Alagoas terá esse valor mensal reduzido para menos de 30 milhões de reais o que possibilitará a sobra de caixa em torno de 20 milhões de reais.
Mais 20 milhões de reais por mês, para Alagoas, é mais que uma benção. A questão agora é fazer bom uso do dinheiro que vai sobrar – senão, a bola de neve volta a se formar novamente.
– “O governo vinha corrigindo a dívida dos estados usando o indexador do agiota mais cruel” – disse o presidente do Senado, Renan Calheiros.
A dívida de Alagoas já está beirando os 10 bilhões de reais e a oportunidade de se rever os métodos e costumes na administração pública é agora, depois desse período de sufoco com o rombo mensal de quase 50 milhões de reais – e que vai baixar para menos de 30 milhões de reais.
Mas, repete-se, de nada vai adiantar se a lição não foi aprendida.