Não há outro país onde vigora um sistema eleitoral tão eficiente mesmo convivendo com uma legislação estapafúrdia que permite se criar partido a cada eleição. Essa é a marca registrada do Brasil com a sua República sustentada por arremedos na lei.
Nada é, ou tem sido, definitivo no processo eleitoral brasileiro e o que valeu na eleição anterior necessariamente não estará valendo na eleição seguinte, e ainda assim, no final dá tudo certo. Lembra muito a piada do inglês que visitou o país pela primeira vez.
De volta à Inglaterra o pai perguntou-lhe como foi a viagem e o que achou do Brasil.
– “É um país interessante. Tem ( o Brasil ) muitas leis, ninguém cumpre, mas no final dá tudo certo.”
Pelo menos no que se refere ao processo eleitoral tem dado certo, sim.
E não pensem que esses vícios são restritos a esse ou àquele partido. São todos os partidos que, de uma forma ou de outra, se beneficiam dos jeitinhos na lei, acomodações à margem da lei, etc.
Até mesmo o Rede Sustentabilidade, que sequer foi criado, já ia nascer viciado. Não atingiu o número legal de assinaturas para virar partido político, mas assim mesmo queria o registro do TSE.
Sem o partido para chamar de seu, Marina se abrigou no PSB mantendo o discurso puritano pelo qual tem conseguido enganar os incautos até agora. Mas Marina será candidata a o quê mesmo?
Veja o paradoxo: na pesquisa de intenção de votos ela é a segunda colocada, mas o candidato a presidente é o governador pernambucano Eduardo Campos, que tem só 5% das intenções de votos e está em quarto lugar.
O pior, para Campos, é que ele foi o único que saiu perdendo na dança dos partidos que terminou no sábado passado, 5.
O PSB de Campos perdeu deputados e a Marina não acrescenta tempo no horário da propaganda eleitoral no rádio e na televisão.
E tem ainda o seguinte: Campos não pode assumir a postura de oposição, porque fez parte do governo até o prazo fatal – se não houvesse o prazo, ele e o PSB ainda estariam no governo.
O sistema eleitoral brasileiro ao mesmo tempo em que promove o ineditismo também remete aos filmes reprisados. Campos não é o único a cair na armadilha do sistema eleitoral, mas se não chegar ao segundo turno vai ficar ainda mais embaralhado.
Vai apoiar quem? A reeleição da Dilma ou o segundo colocado, que deve ser o Aécio Neves. E a Marina Silva vai junto?
Concordo plenamente com vc Breno.
Deixa da tua besteira Bob, no fim cada um ganha um ministério, indica outros tantos para cargos de chefia e fica tudo na mesma, nós pagando e eles roubando.