A violência que era da rua entrou dentro de casa
   23 de setembro de 2013   │     12:25  │  0

No mês passado foram registrados 65 estupros em Brasília. A maioria das vítimas tem entre 9 e 13 anos de idade e a maioria dos estupradores é parentes.

O pai, o irmão, o tio, o primo, o padrasto.

A minoria foi estuprada no caminho de volta para casa ou quando aguardava o ônibus no esmo.

Foram dois estupros por dia, no mês de agosto, em Brasília.

Se considerarmos que a lei agravou a prática desse crime e, ainda assim, ele está sendo praticado nessa velocidade de dois por dia, o que é mesmo que deve estar acontecendo?

Em Penedo, dois jovens decidiram sair matando os seus alvos – um taxista, alvo de roubo; e uma jovem, alvo de sexo.

E tudo isso como se matar pudesse ser algo tão banal, que elimina o remorso e, pior, o temor à lei. É como se mover pelo princípio: se for preso, amanhã estará solto.

A lei é frouxa – argumentam.

Mas é preciso entender que se a lei apertar, o poder público não tem como acomodar tantos presos. Ora, se na Capital Federal os mandados de prisão foram suspensos por falta de vaga nos presídios, imagine no restante do país!

Vive-se diante da realidade brutal: na rua o crime e em casa o medo.

E já não se diz mais viver e sim sobreviver diante de um caos que se generalizou. O caos está no trânsito, o caos está segurança, o caos está na saúde, o caos está na educação e parece que estamos nos acostumando com o caos.

Lendo uma postagem do publicitário Wilmar Bandeira, no Facebook, que indagava o motivo de tantas mortes em família dá para pensar que a violência, que antes estava na rua, entrou dentro de casa pela porta da frente.