O filho que matou a mãe e a mãe que matou as filhas
   20 de setembro de 2013   │     19:03  │  7

O que o professor da Ufal que matou a mãe atropelada tem a ver com a corretora em São Paulo que matou as duas filhas e a cadelinha asfixiada?

Ambos eram usuários de droga legal, que não se adquire na boca de fumo das quebradas, e sim nas Drogarias.

E, diferente da droga ilegal que produz “baratos”, a droga legal das Drogarias produz “surtos psicóticos”.

Um comprimido de Rivotril, por exemplo, equivale a cinco carreirinhas de cocaína e o estrago que causa é bem maior que a coca.

Um comprimido de Diazepan equivale a cinco cigarros de maconha e o estrago que causa é infinitamente maior que a cannabis – que é um vegetal.

Um comprimido de Gardenal é aterrador. Meu pai era epiléptico e controlava a doença com Gardenal; uma vez eu experimentei um comprimido, sem que ele visse, e passei uma semana numa viagem tão louca – eu não conseguia me lembrar se tinha dormido.

Tive medo de morrer e confessei a minha mãe a agonia. Ela me empanturrou de leite e foi aí que me recuperei.

Fico imaginando o viciado em drogas ilícitas que está sendo tratado com droga lícita. Imagino a metamorfose nessa máquina humana.

Outro dia ouvi um bandido – é assim que o chamo; não posso chamá-lo de doutor – defendendo o “choque elétrico”.

Com certeza se trata de um traficante de drogas lícitas.

Gente! É preciso rebuscar urgentemente a psiquiatra Nise da Silveira. Onde o traficante de drogas lícitas via loucura, a Nise via talento.

Porque numa sociedade onde as pessoas precisam de psicotrópicos para dormir ou para viver, o filho matar a mãe ou a mãe matar os filhos são apenas detalhes de uma viagem ao mundo das drogas legais.

Que, diferentemente das drogas ilegais, não produz “baratos”. Produz surtos.

COMENTÁRIOS
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  1. Perola

    É impressão minha ou estou lendo um texto de apologia às drogas ilícitas? O tal “barato” mata, chama-se overdose. Matou Chorão, Elis Regina, Jim Morrison, Janis Joplin e outros. Existem milhares de exemplos de pessoas que matam pai, mãe, irmãos por causa da deoga ilícita também. O que dizer do assassino do cartunista Glauco, onde este ódio irracional aos medicamentos levou um esquizofrênico a ser tratado com alucinógenos! Deu no que deu, mas como não tem um médico envolvido, então deixa de ser importante. Você precisa de terapia pra entender sua extrema medicofobia.

    Por via das duvidas, denunciei esta página à Polícia Federal, para que o órgão responsável analise se há apologia neste seu texto. Mais um texto medíocre, meus pêsames!

    1. Roberto Villanova Post author

      De Perola! Essas pessoas que você citou não mataram ninguém; elas mataram a si mesmas. Ou A Elis Regina matou a mãe? Quanto a denunciar à Polícia Federal lamento porque esse era o papel dos crápulas na ditadura. Até porque, a PF não precisa mais de xeleleu. Abs

      1. Perola

        E o cartunista Glauco? E o neto que matou a avó no meio de um “barato”? E o filho que mata o pai ou a mãe para sustentar seu vício? Lembra destes? Passou na TV. “baratos”, meros detalhes… Estamos vivendo outras ditaduras, com outros crápulas. Responder a mim, reles ignorante e bandida, mafiosa é fácil. Responda ao brilhante comentário do Dr. Ronald abaixo. Faltam neurônios né? Rsrsrsrsrs!!! Blog medíocre de portal idem. O ruim é dar ibope a isso. Mas tem seu mérito, a liberdade cibernética produz esses abortos, qualquer um com computador se acha intelectual. Para tal o senhor só falta começar a pensar sozinho.

    2. Perola

      Só completando: um rivotril em NADA se equivale à cocaína. O mesmo com diazepam e maconha. São substâncias TOTALMENTE DIFERENTES, de mecanismos e ações opostos (cocaína é excitante e rivotril é depressor do SNC, só pra começar). Poxa, a internet é tão vasta, custava consultar o pai dos burros moderno (Google) antes de escrever tanta bobagem? Todo ano tem vestibular. Estude um bocado e passe num curso de farmacologia ou química antes de se achar o especialista em psicotrópicos. Está começando a cair no ridiculo. E não é “choque elétrico”, é eletroconvulsoterapia, feita com anestesia geral e tem precisas e restritas indicações. Mais uma vez, pesquise no Google.

  2. ronald cabral de mendonç

    Caro Roberto
    Náo sou psiquiatra. Mas convivi ao longo dos 50 anos entre morando e trabalhando num hospital psiquiátrico. Otto L. Rezende dizia que o cronista é o sujeito que sabe as primeiras 15 linhas de qualquer assunto, por isso a nossa pluralidade temática. Convenhamos que há pessoas que conhecem melhor os assuntos que abordamos do que nós. Em medicina ocorre com frequencia esse fenômeno. O paciente conhece um único caso, o dele mesmo e já se acha um expert. Sua experiência pessoal com o gardenal é emblemática. O medicamento tem cerca de 100 anos. Milhões de epilépticos foram beneficiados e vc conclui por uma única ingestão q o medicamento não presta… Incluo-me entre os”bandidos”: o eletrochoque é uma excelente opção para depressivos graves que nao respondem aos antidepressivos orais. ´Sua aplicação,já há mais de40, é com assistência anestésica. As “fábricas de doidos” estão fechando porque nao aguentam receber 30 reais de diária. Suas assertivas sobre o diazepan e o Rivotril são (desculpe) hilárias. O diazepan tem cerca de 60 anos… Certamente vc não sabe, mas os neurolépticos são as substâncias (também dos anos 1950) que acenaram que esquizofrênicos poderiam conviver com a família sem planejar matar a todos. Felizmente eu e vc não estaremos vivos para ver o que será da humanidade sem um leito psiquiátrico para acolher um filho ou um neto esquizofrênico (Deus nos livre!)
    Grato pela atenção. Um abraço fraterno do admirador. Ronald

    1. Perola

      Aplausos! Comparar os textos do Roberto e o seu seria como comparar Sheakespeare a… Sarney. E seria injustiça com o Sarney, ele não escreve tão mal assim!

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