Vítima do traficante de droga legal, mata a mãe
   19 de setembro de 2013   │     18:24  │  7

Quem já assistiu ao filme “Bicho de Sete Cabeças” levante a mão?!

Pois bem, quem assistiu vai entender o que eu estou dizendo e quem não assistiu precisa apenas de um pouquinho de esforço, nada muito elevado, para entender.

É o seguinte:

O professor da Ufal que matou a mãe atropelada passando várias vezes por cima do corpo dela, antes de tudo, é vítima do traficante de droga legal – que não se vende nas bocas de fumo das quebradas, mas nas Drogarias.

Droga Legal, sob receita, mas violenta. Mas violenta mesmo, pois associada a outras drogas ilegais transforma o ser humano numa máquina desgovernada.

Trata-se de uma tragédia que não se deve se estender nos comentários, mas é importante registrá-la para prevenir outras famílias.

Lembram-se do caso Grace, a família de campeões de lutadores de artes marciais em São Paulo? O filho que promoveu a tragédia também era dependente do traficante de drogas legais, que não se vende na boca de fumo e sim nas Drogarias.

Não é da minha conta a ameaça que faziam ao professor de interná-lo, mas é sim da minha conta dizer que na Itália, desde 1997, o governo acabou com as chamadas “clínicas de repousos” – que, na verdade, são indústrias de fazer doido.

Quem sugeriu o internamento do professor deve estar agora satisfeito, porque conseguiu o rótulo que apregoava.

No Brasil, o deputado federal Paulo Delgado (PT-MG) apresentou um projeto em 2002 acabando com as “clínicas de repouso” no Brasil, igual ao que a Itália fez, e o projeto está dormitando nas prateiras da Câmara devido à pressão contrária.

De todo o dinheiro que o governo federal gasta com o Sistema Único de Saúde (SUS), 20% vão para essas “clínicas de repouso”.

Gasto inútil, porque ninguém se recupera e depois de “fabricado” o doido se torna inútil e sujeito a surtos de consequências imprevisíveis.

Para finalizar: não foi o professor da Ufal que matou a mãe. Foi o traficante de droga legal que fez a cabeça dele. 

COMENTÁRIOS
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  1. Ronald C Mendonça

    Prezado Roberto (Bob) Vilanova
    A pressa pelo que parece ser um bom comentário faz, às vezes, o jornalista cometer equívocos quase inexplicáveis. É que a máxima do jornalismo cínico ( não é evidentemente o seu caso, um jornalista idôneo) de que não se deve ter compromisso com os fatos, mas com a notícia, parece rondar, como um fantasma intruso, as mesas de trabalho de alguns repórteres.
    A propósito, releio o seu elegante texto e volto a me surpreender. Como um cronista da sua estirpe pode se equivocar tanto? Peço até escusas pela descortesia do termo, mas suas heresias são tantas que não cabem no espaço enumerá-las e corrigi-las. Afirmar, por exemplo, que o Min. Saúde gasta 20% do orçamento com as “fábricas de loucos” é de doer. Em respeito aos seus leitores, sugiro que retifique a informação: não chega a 1% (um por cento). Por isso as “fábricas de loucos” estão fechando. Inabalável na crença da sua lisura profissional, chego à conclusão de que o comprimido do gardenal, ingerido acidentalmente na infância, é mesmo terrível. Ainda hoje está perturbando sua cognição.
    Um braço fraterno do admirador.
    Ronald Mendonça

    1. Roberto Villanova Post author

      A recíproca é verdadeira, dr Ronald. Esse espaço é para o debate e é assim que eu entendo essa interação imediata. No jornal teríamos de escrever e usar os Correios; no rádio e na televisão teríamos de usar o telefone; na Internet usamos o mesmo veículo. Conhecendo o seu caráter eu não poderia esperar outra atitude, que não esta. Entre lisonjeado e grato pela lição e participação, eu aproveito a pertinência e confesso que não tenho ideia fixa porque quem tem ideia fixa é doido. Sou sinceramente grato e, acredite, aprendi muito. Abs.

  2. ronald cabral de mendonç

    Caro Roberto
    Náo sou psiquiatra. Mas convivi ao longo dos 50 anos entre morando e trabalhando num hospital psiquiátrico. Otto L. Rezende dizia que o cronista é o sujeito que sabe as primeiras 15 linhas de qualquer assunto, por isso a nossa pluralidade temática. Convenhamos que há pessoas que conhecem melhor os assuntos que abordamos do que nós. Em medicina ocorre com frequencia esse fenômeno. O paciente conhece um único caso, o dele mesmo e já se acha um expert. Sua experiência pessoal com o gardenal é emblemática. O medicamento tem cerca de 100 anos. Milhões de epilépticos foram beneficiados e vc conclui por uma única ingestão q o medicamento não presta… Incluo-me entre os”bandidos”: o eletrochoque é uma excelente opção para depressivos graves que nao respondem aos antidepressivos orais. ´Sua aplicação,já há mais de40, é com assistência anestésica. As “fábricas de doidos” estão fechando porque nao aguentam receber 30 reais de diária. Suas assertivas sobre o diazepan e o Rivotril são (desculpe) hilárias. O diazepan tem cerca de 60 anos… Certamente vc não sabe, mas os neurolépticos são as substâncias (também dos anos 1950) que acenaram que esquizofrênicos poderiam conviver com a família sem planejar matar a todos. Felizmente eu e vc não estaremos vivos para ver o que será da humanidade sem um leito psiquiátrico para acolher um filho ou um neto esquizofrênico (Deus nos livre!)
    Grato pela atenção. Um abraço fraterno do admirador. Ronald

  3. Victor

    O Ryan foi vítima das próprias escolhas. Os irmãos sempre foram casca-grossa, mas souberam amadurecer e focar em metas. Ele não e boa parte disso é culpa do pai do Ryan, sr. Robson Gracie, que sempre passou a mão na cabeça dele, quando ele fazia besteira.

  4. Eduardo

    Vítima? Por passar em cima da mãe 7 vezes? Pois é, essa é a mesma justificativa que por vezes inundam as redações quando há crimes cometidos por menores ou de homicidas provenientes das classes menos abastadas. A real vítima, ou algum outro (sociedade), sendo culpada por escolhas, atos, de seus algozes. E o que dizer de um facínora que se diz professor? Um formador de opinião e de graduados? Se até para este lhe são deferidas generosas linhas, até com um certo tom de desculpas, quais adjetivos são reservados aos que simplesmente estupram e assassinam um reles mortal diariamente? Só resta lamentar.

  5. Victor

    O nome do ”caso grace” é Ryan Gracie, um mau-elemento, chegado a espancar leigos nas baladas do RJ. E ele usava todo tipo de droga possível e imaginável. Culpar o médico é querer relevar e eufemizar toda as escolhas erradas, as bandidagens que o Ryan cometeu em vida.

    1. Roberto Villanova Post author

      Isso mesmo. O Ryan era dependente do traficante de drogas ilegal ( cheirava cocaína ) e a família o entregou nas mãos do traficante de droga legal. A mistura não poderia ser outra, senão a explosão, até o juízo final. O Ryan foi vítima dos traficante legais e ilegais.

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