Em Alagoas, só não conseguiram ainda acabar com o mar
   18 de setembro de 2013   │     19:26  │  5

A Guerra de Secessão dizimou as lavouras de algodão nos Estados Unidos e os uniformes dos soldados passaram a ser confeccionado com o algodão comprado em…em…

Em Alagoas.

Mais precisamente algodão plantado em Viçosa e Palmeira dos Índios.

Isso motivou a expansão da indústria têxtil em Alagoas. Para se ter uma ideia, só em Maceió haviam três fábricas que resistiram até meados da década de 1960: a Alexandria, no bairro do Parto; Othon, em Fernão Velho, e a fábrica dos Nogueiras, em Saúde.

Em Rio largo, mais duas fábricas: a Alagoana e a Progresso. Em São Miguel dos Campos, a fábrica de Sebastião Ferreira; em Piaçabuçu a fábrica de Marituba e em Delmiro Gouveia, a única que ainda resiste.

Mas tudo sumiu, tudo acabou. Onde havia teares hoje há escombro; onde havia algodão hoje é cana-de-açúcar.

E mesmo a cana-de-açúcar definhou. Uma dezena de usinas faliu.

Na década de 1960, o senador sergipano Lourival Batista lutou e conseguiu levar a sede da Petrobras em Maceió para Aracaju.

Para compensar espalharam que a Salgema seria a “redenção econômica” do Estado e assim pelo menos três gerações foram criadas embaladas pelo engodo.

Alvíssaras! Descobriram gás natural nos tabuleiros do Pilar e de São Miguel dos Campos; é tanto gás que a produção diária chega a 2 milhões de metros cúbicos.

Detalhe: é a maior reserva de gás natural, dissociado do petróleo, do país! Mas, ainda assim, Alagoas de quase nada se beneficia porque o gás é levado para a Bahia e Pernambuco.

Sim, ao passar por Sergipe, o gás alagoano alimenta o polo industrial sergipano – que, não por acaso, é o que mais cresceu no Nordeste. Os sergipanos estão preparando terreno para montarem uma fábrica de automóveis.

Ao ouvir no Jornal Hoje da Globo que o turismo é o setor que menos investimento recebeu e está no 7º lugar no ranking regional, fico a pensar que o percentual aproxima e justifica Alagoas no ranking do IDH regional  negativo – afinal, são 9 os estados nordestinos e só temos o turista.

E o pior é que, tal qual o algodão que vestiu os soldados na Guerra de Secessão nos Estados Unidos, o turismo em Alagoas só não é também uma coisa do momento porque eles ainda não conseguiram acabar com o mar.

Mas estão muito perto. 

COMENTÁRIOS
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  1. breno

    A prefeitura já está cuidando disso, é só ver as linguas negras na praia de pajuçara, p. verde, jatíuca, cruz das almas etc. etc.

  2. Luciana

    Com o nossa Mar salgado já acabaram caro amigo, o que ficou foi o salgado mar de políticos ladrões (porque em todo Brasil tem, mas se for feita uma pesquisa seremos mais uma vez número 1 ou melhor – 1, porque tudo que é negativo está em Alagoas), não o que nos resta correr de Alagoas? Ou ficar a beira do nosso Riacho Salgadinho vendo a lama passa …

  3. Márcio Guedes

    Não acabaram, ainda. O plano já tá bem encaminhado. Vai ser do dia pra noite e todo mundo vai ficar caladinho, confira BOB.

  4. Naelson

    Bob, Acabar com o mar é a obra que mais avança por aqui veja: praia da Avenida, com o histórico Salgadinho. Pajuçara o serviço tá bem adiantado com as ” línguas negras”.Jacarecica quando chove o rio despeja toda a sujeira que colocam no seu leito. A Sereia, essa acabaram pra valer! Pontal da Barra com seus “monumentos”…E outras…

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