Sim, mas o que é mesmo o “mensalão”?
   16 de setembro de 2013   │     19:02  │  1

O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire, qualifica-o como o “maior escândalo da história da República brasileira.”

Menos, Roberto Freire. Menos.

O maior escândalo da história da República brasileira quem promoveu foi o Rui Barbosa, quando era ministro da Fazenda.

Rui Barbosa poderia ter sido enquadrado por estelionato, formação de quadrilha e golpe contra o sistema financeiro, mas escapou ileso.

E sabe quem o salvou? A nulidade; aquela mesma nulidade que Rui Barbosa sentenciou porque, de tanto vê-la triunfar, o cidadão sentirá vergonha de ser honesto.

O “mensalão” é apenas a prática corriqueira que vigora num sistema político onde tudo se negocia.

O eleitor negocia o voto; o governo negocia a base; o deputado negocia as emendas; o empreiteiro negocia a comissão; o fornecedor negocia o contrato e assim tem sido.

Temos uma constituição de inspiração Parlamentarista, para vigorar no sistema Presidencialista, e o que não daria certo em outro lugar, aqui, tem dado.

De vez em quando pipocam uns escândalos, mas a velocidade como se repetem sempre remete o primeiro escândalo ao esquecimento. Não há tempo sequer para se indignar, tantas são as repetições dos erros.

E queríamos o quê?

Precisa-se de uma reforma política, e não se faz; precisa-se de uma reforma do judiciário e uma reforma tributária e também não se faz porque a reforma implica em ceder – e ninguém quer ceder nada.

Claro, ceder não é um bom negócio.

Rui Barbosa estimulou a venda de ações de empresas que não existiam para segurar o dinheiro de quem possuía.

E o “mensalão” usou um mecanismo de manipulação de dinheiro para segurar o apoio de uma base política que sempre existiu dessa forma pecaminosa.

A novidade me parece ser o Brejo da Cruz, onde ninguém pergunta onde essa gente vai. O “mensalão” não é uma invenção do PT nem do PSDB, ainda que tenha se robustecido a partir de Minas Gerais num governo tucano.

O “mensalão” é uma invenção dessa relação pecaminosa entre os poderes constituídos, e isto vem desde o dia em que os monarquistas proclamaram a República brasileira.

Tem algo mais insólito do que uma República proclamada por monarquistas?

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