O senador Benedito de Lira diz que não abre da candidatura a governador em 2014 nem para o trem – e poderia ser para o VLT também.
Mas não é bem assim, pois ele precisa se entender com o vice-governador José Thomaz Nonô – que é candidato também.
O governador Téo Vilela sabe que qualquer tentativa dele é para protelar o confronto; quando disse que não seria candidato em 2014, Téo não convenceu a ninguém.
Ocorre que a guerrinha já começou. Quanto mais o senador Benedito de Lira se expande no governo, mais se afasta do vice Nonô.
E o Téo segue fazendo de contas de que nada está acontecendo, o que tem irritado Nonô – que precisa de mais paciência para esperar até março.
Se quiser ser candidato em 2014, Téo terá de se desincompatibilizar do governo até o final de março. Nonô assume e chuta o pau da barraca que Benedito de Lira armou para si no estado.
Essa é a leitura que se faz sobre a eleição no ano que vem em Alagoas, que será sem dúvida a mais concorrida dos últimos tempos. São três ex-governadores no pleito: Fernando Collor, Ronaldo Lessa e Téo.
E um ex-prefeito: Cícero Almeida, que ainda é bem avaliado e precisa de um mandato para escapar do ostracismo fatal.
O senador Renan Calheiros, que é embalado à disputar o governo do estado, vislumbra esse quadro de dificuldade interna no governo e sabe que qualquer que seja a sua decisão, a cisão é inevitável – exceto se Nonô desistir de disputar a eleição para governador.
Por isso Renan sabiamente informa que só discute a eleição de 2014 em 2014. Há também de se acrescentar à reação de Renan a importância dele e do PMDB na República; Renan ainda se divide entre o chamamento nacional e o chamamento estadual.
E a oposição? Há de se perguntar.
A oposição se resume a vereadora Heloísa Helena, que deseja voltar ao Senado, mas não sabe ainda se a sua aposta está certa. Heloísa aposta no acirramento da disputa pela única vaga de senador entre o senador Collor e Téo, para se apresentar como terceira via.
É uma aposta que tem certa lógica, mas a premissa que se apresenta hoje como verdadeira pode ser falsa em 2014. Ou seja: os votos de Heloísa já estão contados e não garantem a sua eleição por si só.
E tem mais: Collor está embalado. A recepção que está obtendo nas visitas ao interior é o aviso de que ele continua com receptividade nas ruas.
E é um candidato majoritário de peso.
Mas pelo sim, pelo não, é aconselhável esperar que o Nonô chute o pau da barraca que o Benedito de Lira armou dentro do governo Téo. Ou não.
Porque só assim a biruta da eleição vai apontar a direção certa das urnas.