Monthly Archives: agosto 2013

Quando o Nonô chutar o pau da barraca do Biu
   19 de agosto de 2013   │     18:46  │  4

O senador Benedito de Lira diz que não abre da candidatura a governador em 2014 nem para o trem – e poderia ser para o VLT também.

Mas não é bem assim, pois ele precisa se entender com o vice-governador José Thomaz Nonô – que é candidato também.

O governador Téo Vilela sabe que qualquer tentativa dele é para protelar o confronto; quando disse que não seria candidato em 2014, Téo não convenceu a ninguém.

Ocorre que a guerrinha já começou. Quanto mais o senador Benedito de Lira se expande no governo, mais se afasta do vice Nonô.

E o Téo segue fazendo de contas de que nada está acontecendo, o que tem irritado Nonô – que precisa de mais paciência para esperar até março.

Se quiser ser candidato em 2014, Téo terá de se desincompatibilizar do governo até o final de março. Nonô assume e chuta o pau da barraca que Benedito de Lira armou para si no estado.

Essa é a leitura que se faz sobre a eleição no ano que vem em Alagoas, que será sem dúvida a mais concorrida dos últimos tempos. São três ex-governadores no pleito: Fernando Collor, Ronaldo Lessa e Téo.

E um ex-prefeito: Cícero Almeida, que ainda é bem avaliado e precisa de um mandato para escapar do ostracismo fatal.

O senador Renan Calheiros, que é embalado à disputar o governo do estado, vislumbra esse quadro de dificuldade interna no governo e sabe que qualquer que seja a sua decisão, a cisão é inevitável – exceto se Nonô desistir de disputar a eleição para governador.

Por isso Renan sabiamente informa que só discute a eleição de 2014 em 2014. Há também de se acrescentar à reação de Renan a importância dele e do PMDB na República; Renan ainda se divide entre o chamamento nacional e o chamamento estadual.

E a oposição? Há de se perguntar.

A oposição se resume a vereadora Heloísa Helena, que deseja voltar ao Senado, mas não sabe ainda se a sua aposta está certa. Heloísa aposta no acirramento da disputa pela única vaga de senador entre o senador Collor e Téo, para se apresentar como terceira via.

É uma aposta que tem certa lógica, mas a premissa que se apresenta hoje como verdadeira pode ser falsa em 2014. Ou seja: os votos de Heloísa já estão contados e não garantem a sua eleição por si só.

E tem mais: Collor está embalado. A recepção que está obtendo nas visitas ao interior é o aviso de que ele continua com receptividade nas ruas.

E é um candidato majoritário de peso.

Mas pelo sim, pelo não, é aconselhável esperar que o Nonô chute o pau da barraca que o Benedito de Lira armou dentro do governo Téo. Ou não.

Porque só assim a biruta da eleição vai apontar a direção certa das urnas.

Os homossexuais enrustidos da Bíblia
   18 de agosto de 2013   │     0:05  │  0

Não é verdade o que os religiosos dizem sobre o homossexualismo nos chamados “livros sagrados” ou nas “sagradas escrituras”.

Há sim, citações sobre a prática homossexual entre os considerados “povos de Deus”. Por exemplo: a história do rei Saul e do filho dele, Jônatas.

O rei Saul morreu e o filho deveria assumir o trono como herdeiro legítimo, mas Jônatas era apaixonado por Davi e cedeu o trono para o amante.

Sim, amante!

Os religiosos justificam que os beijos que Davi e Jônatas trocavam em público fazem parte ainda do costume entre os homens da região – que vige até hoje.

É verdade.

Mas uma coisa é o homem se beijar por tradição e respeito, outra coisa é o Jônatas e o Davi nus se beijando na cama, se enroscando e se embolando, conforme está escrito nas chamadas “sagradas escrituras”.

-“A alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi. E Jônatas o amou como à sua própria alma” – diz um dos “trechos sagrados”.

Mas o mais contundente partiu do rei Davi para Jônatas. Foi uma declaração feita diante da possibilidade de o namoro entre eles acabar.

– “Estou angustiado por causa de ti, Jônatas. Mais maravilhosos me era teu amor do que o amor das mulheres”.

Ah, e para não dizer que nas chamadas “sagradas escrituras” só existe relato sobre o namoro entre dois homens, tem o relato do namoro entre duas mulheres, mais precisamente, entre a sogra e a nora.

Trata-se de Rute, a nora, e Noemi, a sogra. Diz Noemi para Rute:

– “Onde quer que tu fores irei eu, e onde quer que posares, ali pousarei eu”.

E antes que alguém pergunte onde isso está escrito eu respondo que está escrito no Antigo Testamento, nos livros de Samuel I e II e Rute.

Bom domingo e uma ótima semana para todos, com fé, sem fanatismo e sem discriminação.

Nonô não suporta mais isso. Será o Benedito?
   16 de agosto de 2013   │     18:28  │  8

O senador Benedito de Lira assumiu a Secretaria de Educação e agora é 100% secretário, mas como também tem de estar em Brasília durante o expediente, ele deixou no seu lugar a Josicleide.

Benedito é o secretário de fato com todo direito, mas quem assina é a Josicleide.

Josicleide era chefe de gabinete do ex-secretário Adriano Soares, que não suportou os sacolejos e pediu para sair. E escreveu no Facebook que Josicleide não tem condições para substitui-lo.

Mas entre o senador Benedito de Lira e Josicleide existe uma ligação antiga, que data ainda do mandato do prefeito Cícero Almeida.

Sim, Benedito e Almeida um dia já foram assim, ó, e Josicleide foi chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Educação – onde deve ter realizado excelente trabalho, senão como estaria agora cuidando da educação estadual?

É ou não é?

Quem não está gostando nada dessa situação é o vice-governador José Thomaz Nonô, para quem só tem sobrado pepinos. E quando Nonô pensava que já poderia respirar livre, é incumbido de recolher os destroços das casas novas para as vítimas das enchentes – que viraram escombros antes do habite-se.

Benedito de Lira sustenta que é candidato a governador, mas há controvérsias; há quem aposte que é candidato mesmo a uma composição, desde que lhe cedam o que pede. E ele é conhecido por pedir muito.

No meio dessa disputa interna, o governador Téo Vilela tenta evitar que o barco aderne. Mas sabe que não poderá postergar indefinidamente a sua posição.

Eu ou ele!

É o que o vice Nonô terá de dizer ao governador qualquer dia desses, e não está longe. Falta menos de 1 ano para a eleição e Nonô, que é candidato a governador, está naquela:  eu só quero saber do que pode dar certo. Não tenho tempo a perder.

Querem pegar o Lula, mas o Lula é impegável
   15 de agosto de 2013   │     17:53  │  4

O ex-deputado federal e ex-presidente nacional do PTB, Roberto Jeferson, e um dos 25 condenados pelo Supremo Tribunal Federal no escândalo do mensalão, entrou com “embargo declaratório” alegando ter havido omissão do STF no seu julgamento.

E tudo porque o Supremo decidiu retirar o ex-presidente Lula da denúncia; o STF considerou que Lula “não sabia de nada” mesmo.

O recurso de Jeferson foi negado e o Supremo manteve as sentenças contras ele – e os demais que entraram com o “embargo declaratório”.

Mas, gente, o “xis” desses recursos não é agora; o “xis” dos recursos não está no “embargo declaratório”, que trata de falhas técnicas, omissões, etc., o “xis” dos recursos está no “embargo infringente”.

Se o Supremo acatar o “embargo infringente”, 11 dos 25 condenados terão direito à revisão da pena. O mundo jurídico está dividido; uns acham que não cabe mais o “embargo infringente”, outros alegam que o recurso está no regimento do STF.

Ocorre que o “embargo infringente” pode salvar os petistas que foram condenados pelo escore apertado de 5 votos contra 4.

Parêntesis

Na época do julgamento, o Supremo só tinha 9 ministros – e são 11. Os dois novos ministros nomeados depois votaram favoráveis ao “embargo infringente”.

Moral do julgamento do julgamento: querem pegar o Lula. Mas o Lula é impegável!

Lula visita Renan e começa a preparar a reeleição de Dilma
   14 de agosto de 2013   │     18:53  │  2

A visita do ex-presidente Lula ao presidente do Senado, Renan Calheiros, teve uma justificativa para inglês ver – ou para despistar as mentes curiosas.

Lula alegou que estava no Senado para participar da reunião do PT, convocada para o auditório Petrônio Portela.

Realmente, o PT se reuniu lá e o Lula estava lá.

Mas a reunião convocada pelo PT para as dependências do Senado é algo inusitado; não é comum os partidos se reunirem no Senado, exceto em caráter festivo.

Para entender o encontro do Lula com o senador Renan é preciso voltar ao começo do ano, quando se estipulou o prazo para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, se decidir.

Campos é candidato a vice-presidente e a sua preferência é se manter aliado do PT, mas o PMDB não abre mão da vice-presidência e que repetir o vice Michel Temer.

Escalado para alfinetar o PMDB, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, não se saiu bem. A resposta dada por Michel Temer fez a base de sustentação do governo tremer.

Ainda que pessoalmente bem na fita, o governador pernambucano sabe que o seu PSB não tem o cacife do PMDB – que possui a maior bancada no Congresso.

No começo do ano, o próprio Michel Temer tratou de acalmar o partido ao sugerir que se esperasse até setembro pela definição de Eduardo Campos.

Se o governador pernambucano insistir na candidatura a vice-presidente, o PT terá de decidir se rompe o acordo com o PMDB.

E se romper, o ano eleitoral será muito difícil para o governo.

Se o PT mantiver o acordo com o PMDB, o governador pernambucano terá de decidir se aceita disputar o Senado. Se não aceitar, ou seja, se continuar insistindo em ser o vice, então terá de se juntar à oposição e entregar o Ministério da Integração Nacional.

Lula e Renan conversaram a sós, dois dias depois de o ex-presidente fazer o apelo para o governador de Pernambuco apoiar a reeleição da presidente Dilma.

Não vazou nada da conversa a sós entre Lula e Renan, mas uma coisa já se sabe: Lula pediu para Renan “segurar” o PMDB – aliás, o pedido reforçou o pedido já feito pela própria Dilma.

Mas segurar até quando?

Até que se garanta ao PMDB a manutenção do “status quo” em relação ao governo. Ou seja: o cargo para Michel Temer.

Lula sabe que existe dentro do PT uma corrente que “detona” o PMDB e sabe também que existe no PMDB uma corrente que tem pressa, sede e fome. Afinal, a eleição de 2014 está à porta.