Monthly Archives: agosto 2013

Nós não exportamos médicos; nós exportamos saúde
   26 de agosto de 2013   │     14:57  │  8

A frase da vice-ministra da Saúde de Cuba, Márcia Covas, soou igual ao grito no desfiladeiro – que ecoa até onde o vento encosta o cisco.

Ela disse:

– “Nós não exportamos médicos; nós exportamos serviços de saúde”.

E lembrou que os médicos cubanos que aderiram ao programa Mais Médico, do governo brasileiro, têm emprego em Cuba e decidiram vir por solidariedade.

Os médicos estrangeiros que desembarcaram em Recife vão trabalhar em cidades e lugarejos onda a população jamais viu um médico.

E esses médicos estrangeiros não podem montar consultório nem trabalhar em hospital particular, até porque seria tremenda incoerência.

É natural a reação da classe médica, afinal, a demanda de pacientes para as capitais e os grandes centros urbanos será inexoravelmente reduzida – e isto significa a baixa no bolso.

A outra questão é que o governo brasileiro instituiu um piso nacional de R$ 10 mil. Isto também representa perdas.

Vejamos o exemplo de uma cidade a 60 quilômetros do Distrito Federal, onde o prefeito estava contratando um médico com salário de R$ 17 mil.

Ao tomar conhecimento do programa Mais Médico, o prefeito optou por inscrever o município para obter o médico a R$ 10 mil, e pagos pela União.

A reação contrária ao programa Mais Médico se dá por motivo econômico. Há os que reagem porque acham que os médicos cubanos são guerrilheiros – e esses são líricos pirados; a massa maior da reação se dá mesmo é porque a classe médica brasileira vai sair perdendo.

O discurso de que estão preocupados com a “qualidade” dos médicos estrangeiros é blefe; se houvesse  mesmo a preocupação com a população não se teria deixado essa população à míngua, ao ponto de obrigar o governo a importar médicos.

E por falar nisso, em Recife 16 crianças morrem em cada 1.000 partos. Em Cuba, apenas 4 por 1.000 partos.

Das duas, uma: a medicina em Recife não presta serviços de saúde; a medicina cubana é melhor do que a medicina brasileira.

Acho que é por aí; a medicina brasileira é extremamente capitalista e mercantilista, e, sendo assim, é cara e discriminadora.

E para os que acham que os médicos cubanos são guerrilheiros que vão fomentar a revolução comunista no país – e tem louco pra tudo! – o senador Cristovão Buarque destacou que o Canadá é um país capitalista.

– “Mas lá (no Canadá) não tem medicina privada; toda a medicina lá (no Canadá capitalista) é pública”.

Alvíssaras! Acho que chegou o dia que o governo brasileiro despertou para a realidade: a saúde é um serviço público e não um privilégio privado.

A medicina capitalista versus a medicina socialista. Quem ganha?
   24 de agosto de 2013   │     12:00  │  12

Podemos registrar a origem de tudo lá no tempo do Império Romano, com o imperador Marco Antônio – que não gostava da maneira como Hipócrates tratava os soldados feridos.

O imperador precisava de soldados para garantir o Império e os soldados feridos em combate demoravam a sarar porque Hipócrates os tratava à base da homeopatia.

Hipócrates ia fundo nas causas e só liberava o soldado para lutar novamente quando estava certo de que tratou dos efeitos e das consequências do ferimento.

O imperador Marco Antônio mandou procurar outro médico que fosse mais rápido e sugeriram-lhe Galeno – que estava revolucionando a medicina com o método de cura rápida.

Galeno virou então o médico do exército romano e o seu método prosperou no mundo capitalista, de modo que hoje o médico presta o juramento de Hipócrates, mas a esmagadora maioria segue Galeno – que é o que dá dinheiro e enriquece.

O método de Galeno fez florescer a indústria farmacêutica, de modo que mesmo num consultório particular o representante de remédios tem prioridade; ele entra na sua frente.

Ainda que na alopatia a cura da doença, de ordinário, implica no comprometimento do organismo – o remédio químico para os rins ataca o fígado, por exemplo – a própria velocidade da vida moderna obrigou a maioria a buscar essa cura rápida.

Ninguém suporta ficar numa cama, em repouso, por muito tempo.

Do método de Galeno nasceu a medicina capitalista, que, por ser capitalista, também segrega e discrimina os que não têm liquidez para pagar as consultas e o tratamento.

A medicina capitalista privatizou o direito à vida e socializou o direito à morte, numa inversão de valores que tem agora o preço altíssimo e impagável para muitos.

Com o programa Mais Médico, a presidente Dilma pretende mudar essa brutal realidade. E eu entendo as reações contrárias ao programa, como a reação de quem sabe que vai perder regalias, privilégios e dinheiro.

É conversa! Ninguém está preocupado com a população. Isso é balela, é discurso falso para escamotear a verdade.

Ninguém nunca quis saber como está dona Maria e seu João lá nas quebradas! Lá na periferia! Ninguém nunca se preocupou com os segregados que não têm direito a médicos, e só agora que aparecem os paladinos dizendo que a população corre riscos?!

Hipocrisia, pura hipocrisia.

Todos esses segregados que o programa Mais Médico, finalmente, vai amparar são vítimas desse sistema que privatizou o direito à vida. E ainda há quem lute para que não tenha esse direito – iguais a esses, que reagem ao programa.

Ah! Os médicos cubanos vêm com uma visão socialista da medicina – dizem os contestadores. Que bom que venham, porque é urgente reverter os valores para se socializar o direito à vida e privatizar o direito à morte.

Ou seja: morrer agora, como diz o Caetano Veloso, só de susto, bala ou vício. De descaso, não!

Médicos brasileiros sofrem duas derrotas seguidas
   22 de agosto de 2013   │     12:42  │  39

A classe médica brasileira sofreu duas derrotas seguidas este ano: a contratação de médicos estrangeiros e a manutenção do veto da presidente Dilma ao Ato Médico.

A contratação de médicos estrangeiros para trabalhar onde os médicos brasileiros não querem trabalhar porque é longe vai acirrar a competição na classe.

E o veto ao Ato Médico, mantido pelo Congresso Nacional, retira do médico a exclusividade no diagnóstico das doenças e da profilaxia.

A vinda de médicos estrangeiros para trabalhar na periferia e no interior, onde os médicos brasileiros não querem ir, vai reduzir a demanda de pacientes nas capitais e grandes centros – onde os médicos brasileiros se concentram.

A manutenção do veto ao Ato Médico foi uma vitória dos nutricionistas, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos – que estariam na condição de submissos se o veto não fosse mantido. A proposta do Conselho Federal de Medicina para derrubar o veto não obteve o apoio do Congresso.

E não obteve o apoio do Congresso porque também não tem o apoio da população, que sofre à falta de assistência médica e iria sofrer muito mais se não pudesse ser tratada por um enfermeiro, por exemplo.

Se o veto não fosse mantido, um paciente que chegasse ao posto de saúde com dor-de-cabeça não poderia ser medicado por um enfermeiro – este teria que aguardar o médico chegar.

O Programa Saúde da Família também estaria comprometido, se o veto não fosse mantido.

A classe médica brasileira se tornou carrasco e vítima do próprio mecanismo que ela fomentou, defendeu e tenta desesperadamente manter agora – que é se utilizar da Medicina para enriquecimento rápido com as doenças.

É claro que não se deve generalizar, mas, de ordinário, a prática da Medicina no Brasil tem sido nessa direção. E a pressa é tão grande, que a residência médica se tornou optativa quando deveria ser a condição “sine qua non” para o exercício da profissão.

O médico que não fez residência só difere de um balconista de farmácia porque este não precisa do CRM para trabalhar. Em termos de conhecimento, o balconista sabe mais devido ao cotidiano.

Surpreendida pela ação do governo, a classe médica busca agora se ajustar a essa realidade porque já não há mais esperança de que possa reverter o quadro na justiça.

Afinal, o juiz sabe que o médico que a população precisa e procura na periferia e no interior não está lá e nem quer ir.

E decidir pela manutenção do “status quo” é condenar a população à morrer à míngua.

Está surgindo, pois, uma nova Medicina brasileira que vai fazer a diferença porque, nessa nova Medicina, o médico estará onde o povo está.

Diferente da Medicina que vigorou até agora.

Surge agora o 3º sexo: homem, mulher e indefinido (a)
   21 de agosto de 2013   │     12:28  │  3

Depois da Nova Zelândia, agora é a Alemanha que aprovou a lei do terceiro sexo. Quando a criança nasce pode ser registrada como homem, mulher ou indefinido.

E o Brasil já, já terá de se adaptar a essa realidade da natureza porque de cada 17 mil nascimentos no país, 1 tem sexo indefinido segundo a Sociedade Brasileira  de pré-Natal.

E a tendência é aumentar.

Isto me lembra o escritor Erich Von Däniken, autor do livro “Era os deuses astronautas”, quando alerta para e metamorfose humana e diz que isso não é o fim do mundo, e sim o começo de um novo mundo.

Um novo mundo com três sexos.

Será que teremos também de atualizar a Bíblia para incorporar em Gênesis o terceiro sexo, uma vez que somos todos filhos de Deus: homem, mulher e indefinido?

Seria então: Adão, Eva,  Ivo e Iva.

Erich Von Däniken manda que a gente observe o perfil de pessoas que, do sexo masculino, nasce com feições femininas, e vice-versa.

Isto é uma tendência para a nova raça humana – ensina Von Däniken – que está surgindo em diferentes pontos da terra e sem distinção de cor.

As leis que vigora na Nova Zelândia desde 2000 e, que passa a vigorar agora na Alemanha, leva em conta os seguidos exemplos de crianças que nasceram com as genitálias indefinidas e perfil indefinido.

Pela lei, compete ao médico atestar a indefinição do sexo e o registro de nascimento é concedido com prazo de validade. Na fase adulta, quando é senhor de si, a criança é quem vai decidir se permanece com o sexo indefinido ou se assume a verdadeira identidade sexual.

Uma senhora ouvida por uma repórter qualificou como “o fim do mundo”. Mas eu prefiro acreditar no escritor Von Däniken – é apenas o começo de um novo mundo.

Guerrilheiros treinam para revanche da nova Guerra do Paraguai
   20 de agosto de 2013   │     18:21  │  2

A Guerra do Paraguai, da qual tiramos a maioria dos nossos heróis da história oficial, foi na verdade uma tremenda covardia. Três contra um: Brasil, Argentina e Uruguai.

E, ainda assim, não foi fácil.

Até a polícia militar de Alagoas mandou soldados para a guerra; os índios wassus, de Joaquim Gomes, também foram recrutados e lutaram.

Diz-se covardia porque a guerra foi “inventada” pela Inglaterra, que usou o Brasil, a Argentina e o Uruguai para se impor como potência dominante no Paraguai – que não aceitava sequer empréstimos financeiros dos banqueiros ingleses.

Daí a guerra.

Esfacelado, arrasado e endividado o Paraguai capitulou não só diante dos vizinhos seus algozes armados, mas dos banqueiros ingleses sedentos de lucros.

O Paraguai perdeu a sua ligação com o mar e ainda hoje sofre as consequências da derrota. Mas, os paraguaios não parecem esquecidos.

Numa recente discussão numa partida de futebol entre as seleções brasileiras e paraguaias, o famoso goleiro Chilavert provocou:

– ´´É preciso devolver também as terras que nos tomaram”.

Essas terras reclamadas pelos paraguaios fazem parte do Estado do Mato Grosso do Sul e não por coincidência está na região o clima de maior tensão entre os dois países.

Esta semana, guerrilheiros do recém criado EPP (Exército Popular do Paraguai) invadiram a fazenda de um brasileiro e mataram cinco seguranças.

As autoridades brasileiras parecem que não estão dando muita importância ao episódio; parece que tudo está na conta de um atrito comum.

E não é.

O Exército Popular do Paraguai surgiu em 2007 e, segundo levantamento do próprio governo paraguaio, tem 50 homens. Por enquanto.

Ainda de acordo com a estatística apresentada pelas autoridades paraguaias, de 2007 até agora o EPP já matou 31 pessoas, sendo 20 civis e 11 militares.

O EPP – dizem – ainda está em treinamento e tem o apoio das FARC. De linha marxista, o ideal de luta do EPP é a retomada dos bens que os paraguaios perderam – e, entre esses bens, estão a terra do Mato Grosso.

Quem viver verá uma nova guerra do Paraguai. E, desta vez, como reação dos derrotados de ontem querendo a vingança.