Polícia afasta delegado depois da tese do Sanguinetti
   13 de agosto de 2013   │     19:19  │  5

No Jornalismo tem uma sentença antiquíssima que diz: todo bom repórter começou fazendo polícia. É verdade.

Embora muitos jornalistas não gostem de fazer, é na cobertura do noticiário policial que surge o repórter. E surge assim por imposição do cotidiano – exceto para quem é ruim mesmo.

Na cobertura policial nasce o repórter investigativo, porque ele aprende a não se contentar com a primeira versão – até porque o fato é um, mas as versões são várias.

No caso do garoto Marcelo acusado de matar os pais, a avó, a tia-avó e em seguida se suicidar o repórter não tem os instrumentos do perito criminal nem do legista; afinal, ele não é uma coisa nem outra, mas tem a intuição da notícia que persegue.

Por exemplo: num crime de tamanha repercussão nenhuma autoridade policial se apressa em apresentar o culpado. Nesse caso dos policiais militares assassinado em São Paulo deu-se a exceção da regra geral, o que me levou a desconfiar da versão oficial.

Além do comandante da PM paulista, que apontou o garoto Marcelo como autor da tragédia, o delegado também apontou na mesma direção.

Ih!…Tem algo errado aí, pois das duas uma: ou o comandante e o delegado são incompetentes e irresponsáveis, ou estão tentando ocultar algo.

Pode ser que eles estejam se prevenindo contra uma reação dos policiais para vingar a morte dos companheiros, e aí optaram pela versão de tragédia familiar.

Isto, na possibilidade de os crimes terem sido praticados por traficantes – o que é menos provável sabendo-se como age o crime organizado, ou seja, sem a preocupação de ocultar nada – pelo contrário, ele faz questão de registrar a sua marca.

Então, crime organizado não foi.

A única linha de investigação que sobra agora passa pela declaração do coronel Dimas, comandante do batalhão onde uma das vítimas servia, e que aponta para a participação de policiais bandidos.

A vítima tinha denunciado alguns deles.

Ah, mas não há registro da denúncia. Não interessa; isto é irrelevante porque o cabo tem de se reportar primeiro ao sargento e este ao tenente, até a denúncia chegar ao capitão- comandante da companhia.

Impuseram a mordaça no coronel Dimas.

Mas eles não encontraram até agora uma explicação plausível para o fato de o sargento da Rota ter sido designado para uma missão sigilosa às primeiras horas da manhã, e não ter chegado ao quartel, nem alguém ter procurado saber o motivo da falta.

Falta grave, por certo, pois é ausência ao serviço e ainda mais um serviço sigiloso.

Diante desses fatos, eu concordo com o médico e legista George Sanguinetti. Não foi o garoto que matou os familiares e depois se matou.

E quem praticou os crimes era amigo das vítimas. Se a motivação é profissional ou não, isto é secundário. O certo é que não foi o garoto, até porque, depois da tese do Sanguinetti a cúpula da polícia paulista afastou o delegado Itagibe – que tinha “desvendado” o crime só por fotografia.

COMENTÁRIOS
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  1. REINALDO EM GOIANIA

    Se este caso tivesse ocorrido em País de primeiro Mundo, com a mais absoluta certeza já teria sido concluído. O Policia Brasileira, tem um marca registrada que é, tumultuar até mesmo as próprias investigações. Se aqui no Brasil tivessem uma boa estrutura na Segurança Publica com certeza teriam uma boa equipe FORENCE, isto, é, Psicólogos e Psiquiatras altamente preparados e qualificados para analisar chegando assim à uma conclusão cabal. Só um comentário adicional; O Jovem nasceu em meios às armas e acompanhou os próprios País lidarem com elas pois, eram seus instrumentos de trabalhos e não foi preparado pelos País para conviver com tais situações, os próprios País já estavam o encaminhando a tal sistema o ensinando a atirar e até a dirigir carro. Também os Pais do garoto não davam a mínima ao comportamento duvidoso do Adolescente pois, por trás daquele comportamento de sereno e calminho e meio tranquilo existia uma grande PSICOPATIA que geralmente estar presente nos maiores PSICOPATAS do Mundo. Só que em alguns psicopatas o desejo ou vontade de matar vem logo e sem avisar e foi o que aconteceu neste caso.

  2. josé carlos

    Me admira um reporter falar que o delegado desvendou o caso apenas por fotografia e acreditar na tese do professor George sanguinetti que examinou o que????? Ele nunca foi no local, nunca em toda sua vida realizou uma necrópsia
    e no caso em que ficou famoso nenhuma autoridade policial nem do ministerio publico nem juizes aceitaram seu laudo por ser o mais fantasioso ja visto. Então deixem a perícia para quem entende. Se no estado mais rico do país vcs não acreditam na pericia imagine então em Alagoas.

  3. que poliça é essa?

    ME DESCULPM OS PAULISTAS, MAS LEVAR EM CONTA AS DECLARAÇÕES SEM CRÉDITO DO SANGUINETTI É MESMO QUE CHOVER NO MOLHADO. O CIDADÃO, NO MEU ENTENDER, NADA ENTENDE DE PERÍCIA, QUAL QUE SEJA A PERÍCIA. MESMO ASSIM, A SEGURNÇA PUBLICA DE LÁ, QUE TAMBÉM É CIMANDADA PELO PSDB, ACATOU AS DECLARAÇÕES DO POLÊMICO “PERITO” RESPEITO DO CRIME QUE VITIMOU UM CASAL DE POLICIAIS, FILHO E DUAS SENHORAS DA MESMA FAMÍLIA,, COMO GOSTA DE APARECER ESSE CIDADÃO.

  4. Tito S.

    A Autoridade Policial jamais deverá emitir sua opinião antes de ter uma linha de investigação definida e concretizada. Um policial tão experiente, caíu na ânsia de divulgar o que ele achava que estava elucidado. Pareceu o Del. Cicero Torres na época dos crime de Paulo Cesar Farias e Suzana Marcolino.
    Não sei se ele está errado, porém na minha opinião, nunhuma organização criminosa arriscaria tanto em madar uma criança para a escola, após matar o pai, ou os pais, ou todos, inclusive a avó e a tia, pelo contrário, nada de testemunhas, matariam ele também. Tem que esperar a perícia para dizer a hora provável que aconteceram os crimes. Se os pais morreram antes do meninio ir para a escola, aí confesso que acredito na linha da polícia. Caso contrário, aí complica, volta tudo à estaca zero!!

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