Dois fatos gravíssimos envolvendo a segurança pública deixaram a sociedade perplexa. Se a polícia em São Paulo e no Paraná são capazes de praticar atos ilícitos tão graves, do que não serão capazes as policias de estados menos desenvolvidos?
Em São Paulo, dois delegados e 11 agentes estão presos acusados de extorquir traficantes; no Paraná, o Ministério Público denunciou um delegado e 11 policiais por tortura e a justiça mandou soltar os três presos acusados de um crime que não praticaram.
São duas vertentes do submundo policial. Uma leva à conclusão de que o hábito faz o monge, ou seja, de tanto lidarem com bandidos os policiais viram bandidos também; e a outra vertente leva à conclusão de que nos bastidores policiais ainda impera a barbárie e a insanidade.
Como pode o ser humano forjar um inquérito policial? Como pode o ser humano torturar o semelhante para arrancar-lhe a confissão de um crime que não praticou?
É essa a polícia que temos? Se for, então está explicado porque a sociedade está encurralada pela violência; porque o poder público está perdendo para a violência; e porque existe tanta impunidade.
Há de se levar em conta que São Paulo e o Paraná não são casos isolados. Essa polícia criminosa está em toda parte e utiliza o mesmo método para praticar os mesmos crimes, porque o máximo que eles esperam como represália é um inquérito que vai se arrastar por dez anos, no mínimo, e até lá se aposentam.
São inúmeras as possibilidades de recursos, assim como são inúmeras as possibilidades de os crimes caírem no esquecimento.
E se por isso ou por aquilo não tiverem sorte num momento e vierem a ser expulsos, há a chance de ficar fustigando a justiça e quem sabe, um dia, a justiça manda lhe devolver o emprego como de fato há muitos exemplos.
No Rio de Janeiro, por exemplo, o governador Sérgio Cabral fez um apelo à justiça para não mandar o estado readmitir policiais que foram expulsos, sem antes fazer uma análise rigorosa de cada caso.
Imagine o policial incumbido de combater o tráfico de drogas e que se envolve com o traficante; que passa a sequestrar os parentes do traficante para extorqui-lo; que comete crimes.
E imagine o policial que usa o pau-de-arara e os choques elétricos para obter a confissão de um crime.
Imagine ambos os casos e depois procure saber de que lado vem o bandido?
Realmente vc odeia polícia, e como os outros jornalistas, induz a massa a entender a polícia como fonte e fábrica de criminosos, e sempre poupa a pobre coitada da sociedade, que agora lembrei por acaso que é de onde esse povo chamado polícia vem. Sutilmente vc ainda induz a massa a pensar que quem mexe com mel sempre se mela, assim todo caixa é ladrão, todo político é corrupto e só sobrou no planeta os jornalistas que são extremamente isentos em suas matérias. Mexe bem com as palavras mas só tem força na massa.