Índio cara pálida quer pipoca. Então, pipoca índio
   4 de junho de 2013   │     10:09  │  2

O falso índio Paulo Apurinã é uma figura conhecida em Brasília; já colocou cocal na cabeça da presidente Dilma e do ex-presidente Lula, e abordava as autoridades da República com a ingenuidade de um silvícola de verdade.

Quando vinha a Brasília ficava hospedado na pousada de uma amiga minha, a Tereza, na 703 Norte, e por conta da Funai – a Tereza tem um contrato com a Funai.

Pintava-se com urucu, colocava o cocal na cabeça e entrava nos ministérios, no Congresso Nacional, no Supremo Tribunal Federal e no Palácio do Planalto como líder indígena. É o que se chama de desenrolado.

Vinha a Brasília pelo menos três vezes no ano. Uma noite o encontrei no Viracopos e conversamos; eu queria saber da vida na aldeia, o que eles queriam e o que achavam na Hidrelétrica de Belo Monte, etc.

Aí o Paulo Apurinã me disse que o sonho dele era dirigir a Funai.

O garçom do Viracopos me chamou a atenção:

-“Seu Vila, o senhor já viu índio branco?

Soube agora que a Polícia Federal descobriu que o Paulo Apurinã não é índio; que falsificou documentos para se passar por índio.

É claro que não devemos generalizar, mas o mau exemplo do falso índio não me surpreendeu. Há falsos índios infiltrados nos movimentos indígenas, especialmente na Amazônia, assim como há falsos religiosos e falsos ambientalistas.

E não são poucos.

É verdade que o Estado falhou na condução da política indígena e deixou de resolver com agilidade os problemas que hoje se reapresentam com mais gravidade. São sentenças que não se cumpriram e essa prática contaminou o índio – que rasgou uma decisão judicial de reintegração de posse.

A Justiça se desdiz e recua; a sentença de reintegração foi cassada porque se tratava de liminar e aí a pergunta: depois de mais de 500 anos de peleja entre branco e índios, e ainda estamos tratando a questão indígena com liminares?

É preciso estar alerta porque entre os falsos índios, os falsos religiosos e os falsos ambientalistas que atuam na Amazônia estão piratas, falsários, punguistas, contrabandistas que servem como “batedores” para a ocupação estrangeira.

Ninguém luta contra a hidrelétrica de Belo Monte em defesa do meio-ambiente. É mentira. Luta-se porque Belo Monte significa energia elétrica e energia elétrica significa desenvolvimento.

E desenvolvimento da Amazônia é tudo o que os Estados Unidos e a Comunidade Europeia não quer, para não dificultar a ocupação.

O resto é programa de índio. De falso índio, pois não.

COMENTÁRIOS
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  1. jonas antonio de freitas

    Os Índios aprenderam rápidos com os nossos políticos Brasileiros.Têm dúvidas?…

  2. Kelly Cristina

    Infelizmente ele não é o único, está se for passar um pente fino nas aldeias não vai faltar índio, mas só de fantasia.

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