Quase 200 anos depois e o Brasil nada mudou
   2 de junho de 2013   │     13:12  │  3

Aprigio Vilanova*

O problema da baixa remuneração aos professores no Brasil é antigo, no livro de Laurentino Gomes, 1822: Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar errado.

O autor cita um discurso feito pelo deputado piauiense Domingos da Conceição, em 2 de setembro de 1822, nas cortes de Lisboa reclamando da ignorância em que vive a população de sua província.

Na época a população da província do Piauí era de cerca de 70 mil habitantes, disse o deputado: “São 70 mil cegos que desejam a luz da instrução pública”, em seguida Gomes afirma que o salário dos professores na época era de 70 mil réis anuais cerca de um terço do que recebia um feitor de escravos.

O problema persiste quase dois séculos depois, o salário recebido pelos professores é menor do que recebem os soldados da polícia. Essa lógica é antiga pelo menos desde o discurso do deputado piauiense. A máxima de Pitágoras, o filósofo grego, que diz para educar as crianças e assim não será preciso punir os adultos, não é levada a sério na terra tupiniquim.

Parece vivermos num país que parou no tempo e as soluções dos problemas estruturais da nossa sociedade se arrastam por séculos sem uma medida definitiva para acabar com as anomalias brasileiras.

A educação precisa ser colocada no topo das prioridades para solução dos nossos problemas, não é admissível em pleno século XXI reproduzirmos ainda uma realidade de séculos anteriores.

*Estudante de jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto – Ufop

COMENTÁRIOS
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  1. Arnaldo

    A remuneração dos professores não condiz com o seu trabalho, mais não se pode comparar a uma classe que arrisca sua vida para que a população tenha um minimo de segurança, por que comparar com o soldado que é uma classe tão sofrida quanto a dos professores, por que não compara com as gratificações e auxílios do legislativo, com os rateios do tribunal de justiça, com os comissionados do executivo, com as farras semanais do nosso governador regada a wisky, pesquisa ai quanto ele gasta de farra, e não julgar o sofredor das salas de aulas e o sofredor que desce grotas e sai de casa e não sabe se volta.

  2. Kelly Cristina

    Pra que investir em educação se sempre tem alguma coisa a ser extraída daqui. Começou com o pau-brasil, deppois os metais e enquanto tivermos o futebol e o samba como cartão-postal, porque se preocupar em preparar melhor nosso povo investindo em educação.

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