Antes a pena aplicada aos que praticavam crimes relegava a restrição à liberdade, que só foi admitida quando a sociedade se declarou evoluída e descartou a barbárie.
O Código de Hamurábi e o que veio em consequência dele, como forma de penalidade, foi finalmente rasgado no chamado mundo civilizado.
Mas agora se pergunta: onde está a civilidade para quem ateia fogo na vítima ainda viva, ou atira na cabeça de uma criança de 5 anos de idade só para fazê-la se calar do choro?
O que está se passando?
No momento em que a sociedade se manifesta nas ruas exigindo reformas gerais, inclusive na conduta das autoridades, o que se vê é que antes de tudo é preciso resgatar a vida.
Há uma banalização geral. Morrer vítima de bala perdida ou endereçada; morrer queimado vivo; matar uma criança porque ela está chorando, tudo parece normal.
Enquanto o noticiário estiver na mídia, a indignação ainda persiste; mas essa indignação é momentânea porque a sociedade parece ter se acostumado com o mal.
É carma – dizem uns; é a falta de Deus no coração – sustentam outros.
Carma ou a ausência de Deus, seja lá o que for, essas explicações só alimentam a indiferença e o conformismo. É como quem diz: tem que ser assim; está escrito que será assim.
Sem duvida que é por isso que veio o resultado de uma pesquisa, camuflada pelas autoridades, onde a maioria dos brasileiros pede a pena de morte.
Esses que pedem a pena de morte, é porque se cansaram de ver a morte sem pena. Igual aos dentistas queimados vivos e a esse garoto de 5 anos morto com um tiro na cabeça, só porque chorava diante do medo.
Para onde vamos?