Monthly Archives: maio 2013

Collor garante reforço para o ASA, hoje, no segundo tempo
   28 de maio de 2013   │     9:51  │  4

O ASA poderia entrar em campo com um reforço logo no primeiro tempo da partida de hoje à noite contra o Palmeiras, mas só no intervalo do jogo é que estará reforçado.

Trata-se do patrocínio da Caixa Econômica Federal, que dividiu a direção do clube. Uns aprovaram o uso da logomarca antes da assinatura do contrato de patrocínio, outros não.

Por conta disso, o esforço do senador Fernando Collor para garantir esse reforço financeiro na partida de hoje à noite, em Arapiraca, mobilizou diretores da Caixa e até helicóptero.

É que, por conta do boato sobre o fim do programa Bolsa Família, toda a diretoria da Caixa foi mobilizada para apurar o fato e consertar os erros.

Assim, os diretores da Caixa responsáveis pela assinatura do contrato só poderão chegar a Maceió na noite desta terça-feira, pouco antes do início do jogo contra o Palmeiras.

O senador Collor insistiu na vinda dos diretores da CEF, mesmo assim, para que o contrato de patrocínio seja assinado à vista do público em campo, durante o intervalo do jogo.

-“A expectativa é de que eles (os diretores da Caixa) cheguem em Maceió às 8 e 30 da noite. Estamos tentando arranjar um helicóptero com autonomia de voo noturno para assinar o contrato ainda durante a partida” (contra o Palmeiras) – disse Collor.

E por falar no senador Fernando Collor, ele e a prefeita Célia Rocha recepcionaram na segunda-feira à noite, com um jantar, o empresário arapiraquense José Alexandre, que é o primeiro alagoano a receber o Diploma José Ermírio de Moraes.

A solenidade de entrega do diploma a José Alexandre e mais dois empresários brasileiros é nesta terça-feira.

Na recepção a José Alexandre, além do senador Collor, estiveram presentes o senador Renan Calheiros, os deputados federais Paulão e Francisco Tenório, o suplente de deputado federal João Caldas, o suplente de senador Euclides Mello, o ex-prefeito Luciano Barbosa, deputado estadual Ricardo Nezinho e o ex-deputado estadual Marcelino Alexandre, filho do diplomado.

O boato que abalou Dilma pode ter vindo de fogo amigo
   27 de maio de 2013   │     9:51  │  1

Muitos sustentam que foi o teórico da comunicação do nazismo, Joseph Goebbels, quem inventou que uma mentira repetida vinte vezes vira verdade.

Mas não é assim. O ministro da Comunicação de Hitler apenas deu forma ao que se sabe desde o começo da humanidade – que é atingir o inimigo por meio de factoides.

Ou seja: criando-se fantasmas e situações.

O general Sun Tzu ensinava 2 mil anos antes de Cristo que você deve espalhar a notícia de que é fraco quando está forte, para atrair o inimigo à cilada.

E o próprio Jesus foi vítima de um factoide, quando seus inimigos espalharam que ele estava criando um governo paralelo à Roma dos Césares – o que O levou à prisão.

O boato sobre a extinção do programa Bolsa Família, que provocou pânico entre os beneficiários de 13 estados, é sem dúvida produto dessa prática comum de atingir o inimigo.

Mas, ao contrário do que o governo pensou – e ainda deve estar pensando, mas na surdina -, o boato não deve mesmo ter partido da oposição oficial.

Sim, porque está em gestação uma oposição que recebe o rótulo de “fogo amigo”, e isto devido a aproximação da eleição em 2014.

A suspeita de que o boato partiu de dentro da própria Caixa Econômica no Rio de Janeiro leva a essa reflexão, porque é lá, no Rio, onde a presidente Dilma e o ex-presidente Lula enfrentam a maior ameaça de cisão na base aliada, ou seja, o PMDB.

Há problemas com o PMDB em vários estados, mas no Rio a solução parece mais difícil. É que o governador Sérgio Cabral não abre mão de indicar o candidato dele ao governo do Estado, e não aceita o senador Lindeberg Farias, que o ex-presidente Lula quer impor.

O boato teria partido do Departamento de Marketing da CEF no Rio, mas só ganhou consistência porque a Caixa liberou o saque de dois meses de benefícios, fato inédito – imagine se adiantar o pagamento!

Nunca se viu isto.

Ressabiados, os beneficiários correram para os saques. Ora, se estão adiantando um mês é porque o Bolsa Família vai acabar mesmo. Qualquer um pensaria isto.

Quer dizer: o boato foi apenas um aviso ao governo e ao PT, que se fez e chegou ao poder (também) criando factoides.

Quem sabe faz. Quem não sabe ensina e essa é a nossa sina
   26 de maio de 2013   │     0:05  │  2

Oh! Menina me vê nesse almanaque

Como foi que tudo começou

Quem foi que inventou o analfabeto

E ensinou o alfabeto ao professor?

Me diz, me diz, me responde por favor!

Porque hoje é domingo, que pede cachimbo e o cachimbo é de barro, tai para o Chico Buarque do Holanda mandando a gente refletir como tudo começou; quem foi que ensinou o professor?

A resposta está num comentário no blog do meu primo-sobrinho Léo Villanova, quando questionou a arrogância de uma “doutora” contra um jovem inventor ainda em processo de alfabetização.

– “Quem sabe faz. Quem não sabe ensina.” – disse o autor do comentário no blog do Léo, e cujo nome cometi o erro de não anotar e peço desculpas.

Eu sempre fiquei a matutar sobre isso. Quem foi que ensinou ao Pitágoras que a hipotenusa ao quadrado é igual à soma do quadrado dos catetos?

E é. Vejamos:

A hipotenusa é igual a 5 e os dois catetos são iguais a 4 e 3, respectivamente. 5 ao quadrado é igual a 25; e 4 ao quadrado é igual a 16, que somado com 3 ao quadrado, que é 9, vai dar igual a 25.

Está provado o Teorema de Pitágoras. Mas quem foi mesmo que ensinou o Pitágoras? O Pitágoras tinha mestrado, doutorado ou prestou vestibular? Fez o TCC?

Não é incrível?!

Só pode ser os desígnios de Deus, esta Força que muitos acreditam e até os que dela duvidam é sim acometido às vezes de dúvidas atrozes.

Imagine o Edison. Quem foi que ensinou o Edison a fazer lâmpada? Se não foi o Aladim, então está provado: quem sabe faz, quem não sabe ensina.

E os nossos pneumáticos de cada dia? O pneu do nosso carro, do ônibus, do caminhão e do trator, quem foi que ensinou o John Boy Dullop, em 1888, a fazê-lo?

Ah, foi a necessidade.

É o seguinte: na época as rodas eram de ferro ou de madeira, e o filho do Dunllop estava participando de uma corrida de triciclo – e o pai, naturalmente, queria que fosse o vencedor.

Isto foi na Irlanda, em 1888.

Aí o Dunllop pensou em revestir a roda de madeira com uma borracha comprimida, capaz de amenizar o atrito com o solo. E nasceu assim o pneu.

Não é interessante isso?

Pois é; quem sabe faz, quem não sabe ensina porque nós vivemos sobre os escombros do conhecimento de civilizações pretéritas. Alguém já falou com propriedade que aprender é recapitular.

A volta por cima de Renan e o desejo da presidente Dilma
   25 de maio de 2013   │     13:04  │  1

O senador Renan Calheiros deu a volta por cima. Foi essa a nota publicada na principal coluna política do “Correio Braziliense” e assinada pelo jornalista Luiz Carlos Azedo.

Há ainda contra o presidente do Senado e do Congresso Nacional uma certa discriminação, mas isto faz parte do jogo.

Renan é alvo do chamado “fogo amigo”, que é disparado porque ele não aceitou o acordo de alternância de poder que deixaria a presidência do Senado com o PT.

-“A Câmara é a Câmara e esse acordo é lá da Câmara. Aqui no Senado é diferente” – posicionou-se Renan desde o inicio da discussão sobre quem iria presidir a Câmara e o Senado.

No Senado, o PT e todos sabiam que seria impossível derrotar Renan no voto. Aí tentaram o golpe sórdido das manifestações nas redes sociais e faniquitos de manifestantes chinfrins.

Renan se elegeu presidente do Senado com mais de 60 votos dos 81 existentes. E começou a colocar em prática o que havia prometido para enxugar as despesas na Casa.

São medidas que mereceram elogios até dos adversários, como o senador Randolfe Rodrigues, que é do PSOL e a voz mais contundente da oposição.

E medidas que ficaram no imaginário popular. Quando assumiu a presidência da República, na sexta-feira, o comentário em Brasília em tom de piada era:

Pronto. Agora o Renan vai devolver o avião da Dilma…

Isto em alusão humorada às medidas que adotou, ao colocar à disposição do SUS os médicos do Serviço Médico do Senado e doar os equipamentos hospitalares para os hospitais públicos, no seu propósito de economizar R$ 300 milhões.

A rigor, dos 81 senadores apenas 1 se mantém com o discurso radical – mas não é por princípio e sim por estratégia. Trata-se do senador pernambucano Jarbas Vasconcelos, cujo mandato termina em 2014 e ele já sabe que não vai se reeleger.

Jarbas perdeu a eleição duas vezes para o irmão do Renan, na disputa pela Prefeitura de Olinda; e Jarbas não conseguiu sequer eleger o filho vereador em Recife.

Está mal de votos e descarrega no Renan, porque não pode atacar o governador Eduardo Campos e matar a esperança de salvar o mandato na reeleição.

No mais, o senador Renan deu mesmo a volta por cima. E essa condição chamou a atenção da presidente Dilma, que por duas vezes já comunicou que deseja vê-lo disputando o governo de Alagoas em 2014.

Renan ouve e desconversa. Ele diz que só discute 2014 em 2014.

 

 

Tá lá um corpo estendido no chão. Amanhã tem mais…
   24 de maio de 2013   │     10:37  │  0

Um alagoano radicado desde 2008 em Curitiba esteve em Maceió no mês passado para rever os amigos e familiares, e matar a saudade da terrinha.

Disse-me que na primeira semana transcorreu tudo bem, mas a partir da segunda semana ele começou a se inquietar. Foi tomado por uma sensação desconhecida, para quem viveu a infância e a adolescência entre a Pajuçara e a Ponta Verde.

A sensação estranha era de que poderia ser assaltado a qualquer momento. Aí decidiu se enclausurar no apartamento onde a mãe reside na Jatiúca e deixou de circular a pé pelas ruas que gostaria de rever e pisar.

-“O clima está assim” – disse-me.

É verdade que a violência se nacionalizou e que não há mais capital alguma com segurança, nem mesmo a Capital do país. Mas Maceió não pode ostentar indicadores criminais que lhe iguale a Salvador, por exemplo – que tem três vezes mais gente.

O que está acontecendo?

A distância não dá para identificar o que se passa, mas pode-se contabilizar essa situação absurda aos erros de um passado recente. Maceió perdeu a inocência faz tempo, mas isto não ocorreu assim sem que se pudesse vislumbrar que iria chegar onde chegou.

São crimes diários que a polícia apenas repete o refrão: acerto de contas por tráfico de drogas, se for na periferia.

Mas não dá conta de contê-lo.

Esse amigo alagoano radicado em Curitiba se espantou ao descobrir que o maceioense está se acostumando e achando normal um final de semana com muitos tiros e cadáveres. Se é assim, se Maceió está perto de banalizar o crime, então está mesmo tudo perdido.

Porque enquanto houve alguém se indignando ainda há esperança. Agora quando todos se acostumam com uma arma apontada para a cabeça ou um corpo estendido no chão, é sinal de que Maceió perdeu o rumo.

E isto não pode acontecer.