Bastou o governo anunciar a contratação de 6 mil médicos estrangeiros, e o Conselho Federal de Medicina encontrou a panaceia para os males da saúde pública brasileira.
Contrário à importação de médicos, o Conselho distribuiu nota oficial sugerindo ao governo criar a carreira específica de médicos do Sistema Único de Saúde.
Pronto! Está resolvido o problema.
Está não. A questão não é a qualificação dos médicos estrangeiros, mas a concorrência. Ninguém está preocupado com qualificação e bom atendimento ao público.
A proposta do governo é abrir as portas para os médicos cubanos, portugueses e espanhóis que desejam trabalhar onde os médicos brasileiros não querem estar.
É preciso dizer que, nos Estados Unidos, trabalham 190 mil médicos estrangeiros e na Grã Bretanha quase 50 mil; lá é comum o paciente ser atendido por indianos, por exemplo.
Já inventaram de tudo; inventaram que os médicos cubanos são na verdade guerrilheiros que vêm “fazer a cabeça” dos pacientes para a revolução comunista e já disseram que os cubanos vêm trabalhar para a reeleição da presidente Dilma.
Agora surge a proposta miraculosa, que é a carreira de médico do SUS. Sinceramente, não dá para acreditar por dois motivos:
1) Se é a solução preconizada agora, por que nunca foi apresentada antes?
2) O problema da saúde pública no Brasil é exatamente a cultura do ganho fácil, o que o SUS não garante. Logo: a carreira de médicos do SUS significa mais grevistas nas ruas.
Com os médicos estrangeiros o contrato de trabalho inicial de 3 anos deixa amarrado o compromisso de ele estar onde o povo – e não apenas o cliente particular – estiver.
Ou seja: nas capitais e cidades consideradas grandes, onde os médicos brasileiros se concentram e esbarram uns nos outros, não tem vaga para os estrangeiros.
E o povo precisa de médicos onde os médicos brasileiros não querem estar – e essa é a questão crucial.
Que venha médico da China, Rússia, venha de aonde vier… O mais importante é a competência destes médicos… O mais importante é a assistência da saúde para a população. Brasileiros pagam muitos impostos. Outro problema, está nos gestores dos municípios que não assistências aos médicos nativos…Pode-se trabalhar com um barulho deste?…
Se os médicos estrangeiros não aprenderem a bater o ponto nos hospitais públicos e na hora do expediente não trabalharem em consultórios privados já podemos comemorar.
O que o jornalista ¨ esqueceu ¨ de dizer, é que tanto nos EUA quanto na Europa o diploma do médico estrangeiro precisa ser revalidado !
É pedir muito !?