Logo que terminou a sessão do Senado que aprovou a Medida Provisória dos Portos, o telefone do senador Renan Calheiros tocou. Do outro lado, uma voz feminina:

– Renan! É a Dilma. Tô ligando para agradecer a você.

De fato, a peleja do senador Renan para aprovar a MP dos Portos no prazo foi difícil porque as reações contrárias vinham também da base.

A MP é necessária e oportuna, mas mexe com interesses que envolvem as empresas que já estão no sistema portuário e as que desejam entrar; os portuários que temem perder regalias e os sindicatos patronais e de trabalhadores.

Renan conseguiu o que muitos consideravam impossível, que foi a vitória por larga margem de votos favoráveis num colegiado de 81 senadores.

Conduzindo as negociações com cautela e respeitando a oposição, Renan foi cauteloso até mesmo com o senador Jarbas Vasconcelos quando o atacou.

Renan optou por ignorá-lo, que irritou ainda mais a Jarbas.

Mas não pensem que o senador Jarbas Vasconcelos faz oposição por princípio e ética; na verdade, ele faz oposição por oportunismo e rancor – quiçá ódio mesmo.

Jarbas virou dissidente dentro do PMDB e crítico de Renan, mas também por rancor pelo seu candidato a prefeito de Olinda ter sido derrotado duas vezes pelo irmão de Renan, e ainda por não ter elegido o filho vereador em Recife.

Também porque Renan tem sido parceiro do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que  o derrotou Aliás, o mandato de Jarbas termina em 2014 e ele já sabe que não vai se reeleger – daí ter sido tomado dessa ira, que não é santa.

No mais, foi tudo conforme a presidente Dilma queria.

Mas o senador Renan já avisou: enquanto for o presidente do Senado, nunca mais os senadores terão de votar uma MP em cima da hora.

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