O poder miraculoso da jurubeba, segundo Gilberto Gil
   12 de maio de 2013   │     0:10  │  0

Em 1974, acho que no mês de maio, o Gilberto Gil veio fazer um show em Maceió e fui entrevistá-lo para a GAZETA.

Na condição de fã que tem todos os discos dele, o que me chamou a atenção foi a música “Jurubeba”, composta no vinil que ele gravou com o Jorge Ben – que ainda não era Benjor.

Lembrava-me o meu tio Olivério, pai do meu primo-irmão Ailton Vilanova, que me mandava colher jurubeba para ele mascar. E me mandava fazer o mesmo.

– “É bom para o fígado”. Dizia meu tio impedindo que refugasse aquela massa verde suculenta. “Engula, engula” – insistia ele.

Eu perguntei ao Gilberto Gil o motivo de ele ter composto a música e ele me disse – e eu registrei na matéria – que foi “um discurso de agradecimento à jurubeba”, por ter-lhe curado.

Gil disse que estava em Aracaju para um show e foi acometido de um sério problema intestinal, que os remédios alopatas não curavam. Já estava decidido a cancelar o show quando a camareira do hotel lhe trouxe um chá de jurubeba.

Santo remédio.

E o Gil compôs: “Juru,juru,juru…jurubeba. Beba, beba, beba chá de jurubeba. Tudo que é de bom pro “Figueiredo” e que se beba, feito vinho, feito chá, em licor ou infusão, jurubeba, jurubeba, planta nobre do sertão.”

Por “figueiredo” entenda-se o fígado.

O post é ainda a propósito daquele “doutor” que apareceu no Fantástico negando o poder miraculoso do limão, do alho e do mel.

Eu entendo o “doutor”, mas não acredito em nada do que ele disse. O limão, o alho, o mel, a jurubeba são santos remédios. E tem poder miraculoso sim, “doutor”. E como tem!