Por que a eleição em 2014 em Alagoas será tão complicada?
   20 de abril de 2013   │     13:38  │  6

O presidente Lula disse ao senador Renan Calheiros que não abre mão do apoio do PMDB, agora, em 2014 e sempre.

Para sempre talvez seja exagero; em política não existe a relação eterna. Mas se quiser se manter no poder, o PT do Lula e da presidente Dilma não pode mesmo abrir mão do PMDB.

Isto significa dizer que, no Rio de Janeiro, o senador Lindeberg Farias não será candidato a governador, porque o governador Sérgio Cabral já tem o candidato dele. Lula havia dito que Lindeberg “tem o direito” de disputar o governo do Rio, numa sutil manifestação de apoio, e a repercussão não foi boa.

Nem Lula nem Renan vazaram tudo o que conversaram, mas é certo que dois assuntos estavam na pauta: a situação do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, no governo; e a candidatura de Renan a governador de Alagoas.

Sobre o presidente do Senado, desde 2011 que a sua candidatura ao governo de Alagoas está sendo discutida. A própria presidente Dilma tomou a iniciativa de estimulá-lo e tornou a fazê-lo na visita a Alagoas para inaugurar o primeiro trecho do Canal do Sertão – um projeto de muitos pais e alguns maus padrastos.

Dilma ligou para Renan dois dias da viagem, para avisá-lo de que citaria seu nome no discurso que faria em Alagoas. E fez mais: citou Renan também na entrevista ao pool de emissoras de rádio, para dizer que as obras anunciadas eram a pedido de Renan.

O senador Renan está incumbido de evitar o que o próprio PSDB já admitiu: a boa votação que Eduardo Campos terá em Alagoas, seja qual for o cargo que vai disputar.

Na conversa entre Lula e Renan foi tratado do prazo que o governo dá a Eduardo Campos para se decidir. Ele fica no governo ou assume a candidatura?

A dúvida é se ele vai sair candidato a presidente da República ou  se vai se compor com o vice-presidente Aécio Neves.

Também deve ser levada em conta a situação de José Serra; não se sabe se Serra vai digerir a rasteira que o PSDB vai lhe dar ou se vai abandonar o ninho tucano.

Em 2014, tudo indica que serão três candidatos à presidência da República: Dilma com Michel Temer; o Aécio com Eduardo Campos; e José Serra com não sei quem. Ainda.

E mais a Marina Silva, que aposta na Cibernética com a sua “rede nacional”.

E Alagoas, como fica nesse quadro? A situação de Alagoas é “sui generis” nesse quadro nacional.

Vejamos:

O governador Téo Vilela é do PSDB, mas o próprio presidente do partido, Sérgio Guerra, admitiu que o governador Eduardo Campos, do PSB, é que será bem votado em Alagoas e na Paraíba.

O senador Benedito de Lira, do PP e aliado do governo, também é aliado do PSDB em Alagoas.

O senador Fernando Collor joga uma partida dificílima na tentativa de se reeleger; Collor vai enfrentar Téo Vilela e ambos precisam ter cuidado porque se polarizarem a disputa a Heloísa Helena pode se eleger – aliás, essa é a aposta de Heloísa.

Para Heloísa, quanto mais Collor e Téo se digladiarem mais chance ela tem de ser a terceira via. E para neutralizá-la só arranjando uma candidatura de esquerda com bagagem superior a 100 mil votos.

E Heloísa no Senado é tudo o que Lula, especialmente, e Dilma não querem ver.

Ou seja: Lula e Dilma têm dois objetivos na eleição em Alagoas: evitar a “boa votação” que Eduardo Campos terá, segundo o próprio PSDB; e evitar que Heloísa Helena se eleja. E essa é a tarefa dos senadores Renan e Fernando Collor.

COMENTÁRIOS
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  1. Beto Dias

    Eu acho que na disputa ao Senado o Collor se destaca, o Teotônio Vilela tem governado de maneira vergonhosa, acho muito difícil a população alagoana eleger o Vilela para o Senado.

  2. Paulo

    Bem, para o senado eu não voto no Vilela por nada! basta a situação que ele deixou Alagoas e a inércia, que foi a maior característica do seu governo! a heloísa helena tá mais perdida que “cego em tiroteio”! não sabe nem em que partido está! A opção que mais me agrada é o Collor. Falem o que quiserem, mas ele tem trabalhado bastante e tem feito coisas importantes por Alagoas e se mostrado envolvido com as causas do estado.

  3. Eraldo Basílio

    Em 23/04/2009 um blogueiro famoso de Alagoas escreveu o seguinte texto: “No livro Os Negócios do Senhor Júlio César, o escritor Bertold Brech ensina que não se deve se surpreender com a política. Financiado pelos banqueiros, Júlio César se transformou em Imperador Romano atropelando quem se colocou à sua frente – inclusive a lei. Logo, em política até boi pode voar. Daí, o que a ministra Dilma Rousseff fez pode até servir de censura; candidata à Presidência da República que não consegue decolar nas pesquisas, a ministra usou o câncer para dar o pontapé na sua campanha. Mas, vale tudo. Não é assim um câncer daqueles que leva à morte – felizmente não é e não desejo que fosse; quero que a ministra tenha muitos anos de vida. Mas, o espetáculo circense que armou no sábado mostra mais uma vez o que uma pessoa é capaz de fazer para chegar ao poder. Ou melhor: o que o poder não faz com uma pessoa. Ex-guerrilheira e zelosa – pelo menos se dizia – defensora da ética, a ministra armou o palco, com a participação de médicos-coadjuvantes, e exibiu à nação uma verdadeira Ópera Bufa. Tratava-se de anunciar que havia se operado de câncer no estômago e, no palco, tinha até um cardiologista. A partir daí os marqueteiros da campanha da ministra devem estar imaginando que a campanha dela decolou. Agora decole. Valeu o esforço, pois tudo vale a pena se a alma não é pequena. Todavia, não tem nada que sensibilize o eleitorado em favor da ministra e esta é uma questão de simpatia”. Mas o tempo passou e o blogueiro tornou-se o fã número um do PT e aliados. Será que o referido blogueiro assistiu ontem o programa Fantástico da Rede Globo que mostrou como o PT, PMDB e aliados tratam as verbas publica? Ou será tudo mentira inventada por uma imprensa marrom do Sul? Será? ACESSIBILIDADE, um direito de todos.

  4. Ivaneide Maria Pinheiro

    Para “barrar” Eduardo Campos em Alagoas, o PT Nacional precisa incentivar a dobradinha Renan-Vilela. Renan governador, Vilela senador. Assim o candidato majoritário ao Governo de Alagoas puxaria para Dilma a votação de boa parte do grupo Vilela. E a dobradinha tambem fortalece a candidatura Vilela anulando as chances de Heloisa Helena. Essa é a jogada de mestre para “barrar” a votação de Eduardo Campos e anular as chances de Heloisa Helena.

  5. PORCARIAS

    COM UMA RARA EXCEÇÃO, OS POLITICOS QUE FAZEM PARTE DESSE GRUPO S/AO TODOS UMAS PORCARIAS. AMIGO, DA MINHACASA, NÃO SAIO NEM PRESO PARA VOTAR EM BENEDITO DE LIRA POSTULANTE AO GOVERNO E TEOTONIO VILELA, PARA O SENADO. É JOGAR VOTOS NO MATO.

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