A diferença entre um ministro francês e um prefeito alagoano
   4 de abril de 2013   │     17:10  │  0

Acompanho o noticiário sobre o ex-ministro francês do Planejamento, Jêrome Cahuzac, e fico de cá a pensar: qual a diferença entre o ministro francês e um prefeito alagoano?

Imagine que o ex-ministro francês declarou que tem 600 mil euros depositados numa conta num banco Suíço.

KKKKKKKKKKKKK! Merreca! Se comparar com os prefeitos alagoanos acusados de desviar dinheiro público, chega a ser uma esmola em francês!

Gente! 600 mil euros é pouco mais de R$ 1 milhão e 200 mil. E só em Maceió, o Ministério Público denunciou o desvio de R$ 200 milhões – e isso apenas no contrato de coleta do lixo.

Fora os outros contratos que estão sob suspeita.

Na França, o ex-ministro caiu em desgraça e teve de pedir demissão. Em Maceió, o processo que apura o desvio de R$ 200 milhões empacou.

Pelos precedentes recentes com os acusados em crimes que assumiram cargos eletivos, depois de ficarem dois anos sem as prerrogativas absurdas do “foro privilegiado”, teme-se pelo que pode estar acontecendo.

Será que é a espera para que os acusados consigam também a “impunidade parlamentar” e o processo deles seja encaminhado ao Supremo Tribunal Federal?

E aí…

São mais de 5 mil processos acumulados no Supremo Tribunal Federal, que vai precisar de uns dez anos para julgá-los. E, alguns deles, serão devolvidos aos tribunais dos estados de origem – que deveriam ter resolvido a contenda e não o fizeram.

Ao ex-ministro francês que caiu em desgraça por causa de uma merreca, resta dizer: bem feito. Por que não veio ser prefeito em Alagoas?