O monstro despertou e assusta o governo do PT
   30 de março de 2013   │     9:02  │  0

A inflação é igual ao crime, que ninguém conseguirá acabar; no máximo pode se controlar sem jamais vacilar na vigilância. Qualquer vacilo é fatal.

Nunca, na história deste país, a sociedade viveu um período tão longo de estabilidade econômica. Desde 1994 a inflação, ou o “monstro” de quem se fala, esteve sob controle.

E o que aconteceu para o monstro ser despertado?

Aconteceram vários sacolejos na cama do monstro, mas o mais grave deles é a política de crescimento econômico baseada na expansão do crédito.

Como dissemos antes, hoje se compra um carro como quem compra fubá fiado na bodega do bairro. Para estimular o consumo, o governo reduziu o IPI e ampliou os prazos de financiamento.

Num primeiro momento foi tudo uma beleza, mas agora vêm as conseqüências: as estradas abarrotadas de carros, o consumo de combustíveis aumentou na mesma proporção e não dá mais para refazer o caminho.

A presidente Dilma está indócil com a oposição, sobretudo com o PSDB, que parece apostar na velha política do quanto pior melhor.

E tudo isto porque, de acordo com os compêndios mais triviais da Ciência Econômica, para se combater a alta da inflação só existe um mecanismo – que é restringir o crédito, ou seja, como ensinava o saudoso professor Luis Fernando Oiticica Lima, da Ufal, conter a liquidez.

E enquanto a oferta de crédito se mantiver nesse atrativo, o máximo que o governo do PT poderá fazer é maquiar os números, ou seja, fingir que o monstro da inflação não despertou e que não ameaça  economia.

Mas, isto, já se fez antes e não deu certo.

O pior é que o monstro despertou às vésperas do ano eleitoral de 2014, o que levou a presidente Dilma ao dilema: crescer ou não crescer?

Se crescer, ou seja, se mantiver a política de crescimento econômico a qualquer custo, a presidente Dilma estará fustigando o monstro.

E se optar por estancar o crescimento econômico, a presidente Dilma estará indo de encontro ao pragmatismo econômico do PT e à própria linha de ação do partido nesses quase 16 anos de poder.

Para quem quer se reeleger essa hipótese é um desastre, que a oposição torce para que não ocorra porque quanto pior melhor.