Fomos para Pão de Açúcar com a pauta definida numa só pergunta para ser feita ao saudoso e famoso Elísio Maia.
– O senhor mandou matar o prefeito Ênio Ricardo?
A pergunta era essa e exigia jeito para ser feita. Fomos com o repórter fotográfico Dárcio Monteiro e o Nelson, que era o motorista.
Chegamos quase que no final da tarde e decidimos procurar o “seu Elísio” no dia seguinte; eu sabia que ele se recolhia cedo para dormir e também acordava cedo
Já estávamos na estrada para a Fazenda Torrões e decidimos parar num barracão, onde havia uma festa. Logo reconheceram o carro da Gazeta.
– O que vocês estão fazendo aqui? – perguntou o dono do barracão.
– Viemos entrevistar o seu Elísio, mas já está escurecendo e ele dorme cedo. A gente decidiu entrevistá-lo amanhã de manhã.
Cerca de 20 minutos depois aparece um portador montado num cavalo e diz pra gente que o seu Elísio está nos esperando na fazenda. Já estava escuro e fazia muito frio, mas fomos lá.
Seu Elísio nos recebeu na varanda da casa grande, de pijama azul, o revólver na cintura, mas solícito. Um dos seguranças dele cismou com o Nelson, porque não saiu de dentro do carro; o Nelson estava com frio e procurava se agasalhar.
Mas nada sério; o segurança logo entendeu.
Fizemos várias perguntas e deixamos a principal, a que moveu a pauta, por último. Aí eu criei coragem:
– Seu Elísio, o senhor mandou matar o prefeito Ênio Ricardo?
Foi o momento mais tenso. Seu Elísio ensaiou se levantar da cadeira e tornou a se sentar, mas bradou de dedo em riste:
– Caboclo! Me respeite! Eu recebo você na minha casa e você vem perguntar uma coisa dessa? Eu não mandei matar ninguém, ta ouvindo caboclo!
A coragem já estava se esvaindo, mas ainda pude explicar:
– Seu Elísio, eu tinha que fazer essa pergunta ao senhor. Eu vim aqui para isso. Mas com todo respeito.
Gente! Temos aí como testemunhas o companheiro Dárcio Monteiro e o Nelson. O seu Elísio decidiu contar-me a vida dele desde o assassinato do líder político de Pão de Açúcar, Joaquim Rezende, pai do ex-deputado estadual e ex-prefeito Cacalo.
Contou e chorou. Parecia uma despedida, porque foi a última entrevista dele; foi a última vez que recebeu e conversou com um jornalista.
Seu Elísio enxugava as lágrimas na camisa do pijama; não sei se era choro de arrependimento ou de pedido de perdão. E eu ainda tive a ousadia de perguntar:
– Por que o senhor matou o Joaquim Rezende?
– Porque ele me empurrou. Ele estava discutindo com meu irmão e eu cheguei, e ele me empurrou dizendo: sai pra lá, Elísio! Me empurrou assim, com as mãos no meu peito.
E assim nós podemos dizer que vimos o Elísio Maia chorar. Não sei se outras pessoas viram outras vezes, mas naquela noite fria na Fazenda Torrões só estavam eu, o Dárcio, o Nelson, três seguranças dele e a empregada.
Ao sairmos, um dos seguranças pegou-me pelo braço e pediu para não divulgar nada na GAZETA. E eu concordei e cumpri. Pelo menos, enquanto o seu Elísio esteve vivo.
Só nasce um homem desses a cada 200 anos, pra mim líder absoluto.Pão de Açúcar era mais produtiva do que hoje.
Apezar de tudo foi um ótimo politico ajudou muita gente ,é como todos tem o seu lado bom e o seu lado ruim .dependia das pessoas que te cercava ,se no mundo que vivemos hoje tivesse o respeito que se tinha antes a impunidade seria menos só acho!?!
O pouco que eu conheci Elísio Maia, deu pra ver que:Elísio Maia,FOI muito mas benéfico À SOCIEDADE PÃODEAÇÚCARENSE,que mesmo os problemas ditos por muitos que não o conheceram. Hoje Pão de Açúcar, vivi um clamor, o povo lembrando que nus tempos MAIA, a coisa era outra. Hoje todo “VAGABUNDO” quer ser o dono da cidade. Elísio Maia, foi um homem respeitador,considerado por toda região, O PAI DA POBREZA. Em quanto teve nesse mundo de meu DEUS,ajudou à muita gente, que vivia passando fome, principalmente,na época da seca.Falar em Elísio maia,é lembrar que éramos felizes e não sabíamos. Uma historia de generosidade de Elísio Maia.Um certo dia, estávamos sentados no banco da praça,enfrente à casa de João Amador.Eu Arley,Antonio Lima,Zé de Furtuozo,João de Luzia,Tavinho e Ademir Fonseca,e os dois seguranças de de seu Elísio,Julio e Bodão, quando de repente apareceu um senhor alto,de olhos claros,perguntando se alguém conhecia seu Elísio.Na hora ninguém respondeu, foi quando o pro pio Elísio Maia,se identificou dizendo:Diga homem,o que você está precisando, e o Homem falou pra seu Elísio,eu estou precisando de dois pneus de caminhão, que ao descer a serra chegando em Niterói,os dois pneus dianteiros estouraram.Na mesma hora, seu Elísio, pediu a um dos seus homens de segurança,que fossem na casa de George,pra que o mesmo tirasse do caminhão dois pneus pra arrumar ao moço, pra que ele saísse do prego,e seguisse o seu destino. JAMAIS VOU ESQUECER.
Uma correção: O saudoso político e industrial Joaquim Rezende não era pai, mas sim tio do ex-prefeito Cacalo. Joaquim Rezende era pai da professora Ana Dayse, ex-reitora da UFAL.
É MENTIRA TETA?………………………….
Verdaaaaaaaadeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee.
E o que dizer de tantas viúvas e filhos e outros, que ainda hoje chorão a perda de seus entes queridos pelas mãos sujas de sangue desse “saudoso” coronel e seus asseclas.
Correção: Joaquim Rezende não era pai do ex-deputado estadual e ex-prefeito Cacalo, o parentesco era outro. O pai do mesmo se chamava Manoel Lima.