O Canal do Sertão do atraso
   11 de março de 2013   │     10:10  │  13

Sob o Sol escaldante do sertão, num cenário árido e aparentemente inóspito, a presidente Dilma testemunhará que o sertão não virou mar, porque já foi mar um dia e o tempo não retroage, mas tem sim a solução para o seu problema crônico – que é a baixa e escassa precipitação pluviométrica.

Alagoas era o único dos cinco estados banhados pelo rio São Francisco, sem projetos públicos de irrigação no semi-árido.

Mas, não pensem que foi fácil chegar a essa primeira fase do Canal do Sertão. São quase 20 anos, e basta lembrar que, em Sergipe, foi necessário a metade desse tempo para o governo sergipano implantar e ampliar o Projeto Califórnia – de onde sai o quiabo do caruru baiano.

Tudo começou com o governador Geraldo Bulhões, em 1994. Bulhões deu início ao projeto, que foi paralisado irresponsavelmente em 1995 e ficou quase seis anos abandonado. O prejuízo foi incalculável.

Não sei o motivo de tudo em Alagoas ser assim, diferente. Em Sergipe, o projeto Califórnia foi implantado em cinco anos e ampliado no mandato do então governador João Alves. Além de Canindé, também Poço Redondo recebeu o benefício da lavoura irrigada.

Dir-se-á que antes tarde do que nunca. Tudo bem, mas esse tempo perdido não se recupera; quantos não se foram tangidos pela seca cruel, e não teriam ido se houvesse água para trabalhar!

E quantos perderam sem a água que mitiga a sede e alimenta a terra!

Essa sina de ser o último, quando deveria lutar para ser o primeiro, é que tem feito a diferença de  Alagoas para os demais estados nordestinos.

Não há, entre os 9 estados, outro com tanta água. É tanta água, que o nome da Capital de Maceió só poderia mesmo fazer alusão a esse recurso indispensável. E das mais de 70 lagoas existentes em 27 mil quilômetros quadrados, surgiu Ah!…lagoas.

Alagoas.

Em linha reta, da beira do São Francisco ao município mais distante do semi-árido tem apenas 100 quilômetros. Não é nada; vence-se tal distância numa maratona olímpica.

Mas, para nós alagoanos, ficou muito distante; ainda hoje sobrevivem os “Fabianos” que perambulam pelo sertão alagoano como segregados de um passado que teima em não passar.

E porque tudo é assim, tão complicado, em Alagoas? Água tem muita; canos é que não faltam. E falta o quê?

COMENTÁRIOS
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  1. JUCELIO

    É incrivél como o povo se engana facilmente, os sertanejos sofre com a ceca à anos, dinheiro pra tudo nesse país ou melhor quase tudo, por quer quando vem vai ficando pelo caminho. O rio São Francisco minha gente passa por perto de todos esse municipio que sofre com a ceca aí agora vem esse governo de metira que é esse governo deste tal de “teotonio vilela” que vou ecreve até em letras menuscula fazendo festa com 65 Km de canal do certão isso e uma vergonha. 65 Km falaserio.

  2. Edivaldo Junior

    Roberto, ou simplesmente Bob Vilanova, sei que mudar não é fácil. Mas as vezes necessário. Depois de anos encontrei você, no ano passado, em Brasília e recebi o abraço de um companheiro de profissão, de um amigo, que mesmo estando em outros veículos (O Jornal e Cada Minuto) trocou idéias, informações e deu dicas. Bob das grandes reportagens, dos furos que fizeram história na nossa imprensa. Bog do blog, blog do Bob: “Sejam bem vindos”. Será uma honra trabalhar ao seu lado, mais uma vez.
    Quanto aos outros companheiros de várias jornadas e do batente que também estreiam no Gazetaweb hoje – Bleine e Marcelo – e já fazem parte da “casa” tenho certeza que vão alcançar rapidamente o reconhecimento também como blogueiros, reconhecimento já alcançado em todas as áreas onde atuaram ou atuam como jornalistas.
    Vou ler todos e procurar aprender um pouco mais.

  3. thaisa

    Êita Bob, vamos lá, levar todo o seu potencial à Gazeta… E olhe, que os mesmos seguidores que jogavam pedra, já estão lhe acompanhando,viu…A verdade é que seguimos você aonde quer que vá… Boa sorte…

  4. Carlos Melo

    Amigo reproduzo o meu boa sorte que te mandei pelo Face…Muito sucesso

    Meu amigo Bob, gostaria de agradecer imensamente por todo este tempo que vc abrilhantou o Cadaminuto, lembro quando vc, já consagrado, resolveu acreditar em um veículo que ninguém achava que teria mais de seis meses de vida…para mim isto não tem preço…Nem vou perder meu tempo te desejando sorte porque sei que vc nasceu para vencer todos os seus desafios, e este é apenas mais um… Fazendo uma analogia ao seu (para mim doloroso) texto de despedida e discordando de vc quanto à terminologia, quando vc se definiu como “ave velha” vc deveria ter dito “ave livre”, pois esta é sua definição, e quem gosta de você amigo ( como eu) tem que entender sempre, que uma ave livre voa na direção de sua felicidade…A única coisa que vc me ficou devendo amigo, e isto faço questão de cobrar, é aquela noitada regada a base de cerveja, Beatles, Rolling Stones e Pink Floyd que vc me prometeu quando voltar de Brasília…Seja muito feliz, sempre, e lembre-se que nesta família aqui…Vc conquistou seu espaço.

  5. M Silva

    Parabens pelo novo espaço em nova casa, espero que tenha a mesma independencia que sentiamos no cada minuto. Perde o cada minuto, ganha a gazeta.

  6. wadson regis

    Companheiro “Tob”… muito feliz de vê-lo com disposição para continuar a enfrentar desafios. Desejo todo sucesso nessa nova/velha caminhada. Pense no trio Bob/Selvagem/Bleine.

    abs

    Wadsonj

  7. luciana sarmento

    Falta vergonha,aos grandes jornalistas desse estado,se vendendo por algumas migalhas a esse senhor,que nunca fez nada por Alagoas e os alagoanos,Até o Sr.? senhor Bob Vilanova? nem podemos criticar os políticos,nem as prostitutas,a questão é apenas questão de preço.Bem vindo ao clube.

  8. Marcos Rodrigues

    Sou do tempo do Bob! Vila, que boa nova cara! Legal reecontrá-lo, mesmo que virtualmente na casa. Seja no cyberespaço ou pessoalmente sua presença, onipresente é importante. No ar, sempre com um olhar peculiar das coisas, essa é sua missão eterna. Sucesso e saúde para o amigo!!

  9. Cesar

    Espero que você tenha a mesma liberdade que possuia no outro para escrever o que quiser, caso contrário, não acessarei mais.

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